quarta-feira, 29 de março de 2017

SUS passa a oferecer mais 14 tratamentos alternativos

Com a medida do Ministério da Saúde, Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares conta, agora, com 19 terapias

Em 2016, mais de 2 milhões de atendimentos das PICs foram realizados em Unidades Básicas de Saúde.

O Ministério da Saúde incluiu, nesta terça-feira (28), 14 novos tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos são voltados à cura e prevenção de doenças como depressão e hipertensão.
Com a medida, o SUS passa a ofertar 19 dessas práticas: homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura, medicina antroposófica, plantas medicinais e fitoterapia e termalismo social/crenoterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e yoga.
A inclusão complementa a portaria nº 145/2017, publicada em janeiro deste ano, que incluiu no rol de procedimentos do SUS as práticas integrativas de arteterapia, meditação, musicoterapia, tratamento naturopático, tratamento osteopático, tratamento quiroprático e Reiki.
Esses procedimentos já eram oferecidos por vários municípios brasileiros, de acordo com dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB), mas, com as inclusões, o Ministério da Saúde passou a ter informações qualificadas dessas práticas.
A Portaria nº 145/2017 também renomeou procedimentos que já estavam no rol das PICs para facilitar a identificação, pelos gestores, dos procedimentos nos sistemas de informação do SUS.
As novas nomenclaturas são para terapia comunitária, dança circular/biodança, yoga, oficina de massagem/automassagem, sessão de auriculoterapia, sessão de massoterapia, e tratamento termal/crenoterápico.

Atendimento alternativo
Desde a implantação das PICs, em 2006, a procura e o acesso dos usuários do SUS a esses procedimentos cresceu e, em 2016, mais de 2 milhões de atendimentos das PICs foram realizados nas Unidades Básicas de Saúde de todo o País.
Desses, 770 mil foram de medicina tradicional chinesa, 85 mil de fitoterapia, 13 mil de homeopatia e 923 mil de outras práticas integrativas que ainda não possuíam código próprio para registro e que passaram a fazer parte do rol no início do ano.
Atualmente, 1,7 mil municípios oferecem práticas integrativas e complementares. A distribuição dos serviços está concentrada em 78% na atenção básica, 18% na atenção especializada e 4% na atenção hospitalar.
Mais de 7,7 mil estabelecimentos de saúde ofertam alguma prática integrativa e complementar, o que representa 28% das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Os recursos para as PICs integram o Piso da Atenção Básica (PAB) de cada município. Em 2016, o investimento do Ministério da Saúde na Atenção Básica foi de R$ 16,7 bilhões para todo o País.
Tratamentos específicos, como acupuntura, recebem outro tipo de financiamento, que compõe o bloco de média e alta complexidade, que, no ano passado, teve investimento total de R$ 45,2 bilhões. Estados e municípios também podem instituir sua própria política, considerando suas necessidades locais, sua rede e processos de trabalho.


Responsável pela publicação: Grupo 15 (Fernanda Castro e Vanessa Di Piero)

75% dos profissionais de saúde já sofreram algum tipo de violência


Profissionais de saúde têm sido vítimas constantes de violência no ambiente de trabalho. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) mostrou que 75% dos médicos e enfermeiros do estado já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Em primeiro lugar, foram relatados casos de violência verbal, seguidos de agressão psicológica e, por fim, física.
A pesquisa foi realizada com 5.658 médicos e profissionais de enfermagem no início do ano. O levantamento concluiu que a maioria dos casos de violência ocorreu no Sistema Único de Saúde (SUS). No geral, os principais agressores foram familiares ou acompanhantes de pacientes, seguido pelos próprios pacientes, durante o atendimento.
Falta de preparo
Para Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp, os médicos não são preparados, em sua formação, para lidarem com pacientes que os contestam, o que gera conflito.
“A violência é universal, mas no sistema privado é mais comum haver uma resposta a isso, como a criação de centros de acolhimento. No SUS, não há esse suporte.”, disse Luna Filho, durante o Encontro das Comissões de Ética de Medicina e de Enfermagem.
Apesar disso, a maioria (cerca de 70%) dos profissionais não fez nenhum tipo de denúncia. As principais razões para a omissão entre os médicos foi “não acreditar que a denúncia fosse levada adiante pelas autoridades” e “dificuldades para efetivar o registro das denúncias”. Já entre os enfermeiros foi pela “ausência de políticas de proteção às vítimas” e “medo de perder o emprego”.
Entre os enfermeiros que denunciaram, a maior parte o relatou o ocorrido para a chefia imediata, no entanto, poucos (17,4%) disseram que a situação foi resolvida. Para os médicos, foi questionado se o profissional continuou trabalhando no mesmo local: 66,5% disseram que sim, pois conseguiram superar o ocorrido. Por outro lado,  quando questionados se a violência ainda acontece no local de trabalho, 63,9% dos médicos e 62,7% dos enfermeiros entrevistados disseram que sim.
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Responsável pela publicação: Grupo 15 (Fernanda Castro e Vanessa Di Piero)

O QUE É REDUÇÃO DE DANOS?

A redução de danos caracteriza-se como uma abordagem ao fenômeno das drogas que visa minimizar danos sociais e à saúde associados ao uso de substâncias psicoativas.

 O início destas intervenções foi marcado por ações no campo da saúde, que hoje tem se ampliado da esfera do direito à saúde para a do direito à cidadania e dos Direitos Humanos. As práticas de redução de danos buscam a socialização política de usuários de drogas de maneira crítica, no sentido de tornarem-se protagonistas, de promoverem o auto-cuidado com a saúde e a busca por direitos, pela discussão de políticas governamentais e políticas de estado, numa perspectiva que passa pelo individual e também pelo coletivo. 
A atuação em redução de danos hoje tem uma perspectiva mais ampla, de promoção de direitos individuais e sociais de usuário de drogas, mas sua origem data de 1926, na Inglaterra, com a publicação do Relatório Rolleston, a partir do qual se indicava a prescrição médica de opiáceos para dependentes químicos de heroína, como forma de prevalecer os benefícios desta administração frente aos potenciais riscos da síndrome de abstinência. Já a primeira iniciativa comunitária, surgiu na Holanda em 1984, como reivindicação de usuários de drogas injetáveis, que preocupados com os elevados índices de Hepatite B entre si, por conta do compartilhamento de seringas, demandaram ações do governo para a contenção da epidemia, e a partir de então foi criado o primeiro programa de distribuição e troca de agulhas e seringas.


                                             O que é Redução de Danos ? (2014, É de Lei)
                                                           
No Brasil a primeira experiência em redução de danos, ocorreu em 1989, na cidade de Santos, com a distribuição de seringas estéreis entre usuários de drogas injetáveis com o objetivo de conter a disseminação do HIV/AIDS, e desde então em muitos estados brasileiros tem sido desenvolvidas ações nesta perspectiva, sejam por instituições públicas ou por organizações da sociedade civil, e com apoio, sobretudo das diretrizes do Ministério da Saúde, por meio dos Programas Nacionais de DST/AIDS, Hepatites Virais e Saúde Mental. Estas ações também se ampliaram para diferentes drogas e diferentes formas de uso de drogas, saindo do foco do usuário de droga injetável.

Estas ações se mostraram bastante responsivas a problemática das drogas, a partir do momento que os índices de infecção pelo HIV tiveram queda expressiva entre os usuários de drogas injetáveis desde o início das ações de redução de danos. Segundo dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, a prevalência de HIV entre usuários de drogas injetáveis era de 28,0% em 1993, chegando a 10,2% no ano de 20031.

As estratégias de redução de danos são voltadas para qualquer cidadão, desde aquele que ainda não experimentou drogas, até aquele com uso problemático. No entanto, em geral, as abordagens têm como prioridade, populações em contextos de vulnerabilidade.

A vulnerabilidade de uma pessoa não fica restrita a um determinado comportamento ou conduta, mas está relacionada ao ambiente em que se dá, e também ao contexto sociocultural. O aspecto social da vulnerabilidade se refere a possibilidade de acesso às informações e a capacidade de elaborá-las e incorporá-las nas práticas cotidianas, o que implica na oportunidade de acesso às informações, a recursos materiais e às instituições e serviços, assim como estar livre de estigmas e preconceitos.

A partir deste modelo, as análises e intervenções se dão considerando que as pessoas não são a priori vulneráveis, mas que podem estar em uma situação de vulnerabilidade.

No entanto, o preconceito e o estigma associados ao usuário de drogas e também às ações de redução de danos, decorrentes de uma cultura de combate às drogas, caracterizam a dificuldade de institucionalização das práticas de redução de danos nos serviços públicos enquanto políticas públicas.

Com uma omissão histórica da saúde pública, a atenção ao usuário de drogas foi relegada para a justiça, segurança pública e instituições religiosas, o que contribuiu para a disseminação de uma cultura que associa o uso de drogas à criminalidade, promovendo práticas e modelos de exclusão e separação do individuo da sociedade.

Esta articulação entre poder psiquiátrico, direito penal e também a moral religiosa, torna-se um empecilho para a identificação do usuário de drogas como cidadão de direitos e sujeito político

Ao mesmo tempo observamos a predominância da política de combate às drogas não respondendo de forma eficiente e efetiva aos problemas que podem decorrer deste fenômeno.

Podemos inferir, de forma sucinta, que a violação dos Direitos Humanos entre usuários de drogas incide especialmente sobre aqueles que, em função de desigualdades sociais de várias naturezas e determinadas por pertencimentos a certa classe social, etnia ou gênero, orientação sexual e religiosa, e que estigmatizados, obtêm menor acesso aos espaços de afirmação e garantia de seus direitos.

Ressaltamos assim, que a atual política de drogas brasileira e a legislação reguladora da produção, comércio e consumo de substâncias psicoativas não têm respondido de forma eficiente e efetiva a problemática das drogas, e têm sido responsáveis por consequências bastante danosas para usuários de drogas e a sociedade de uma maneira geral.

A abordagem de Redução de Danos hoje atua na perspectiva transdisciplinar de saúde, cultura, educação, assistência social, trabalho e renda, visando a garantia do cuidado e dos direitos.

Referencia:


Responsável pela publicação: Grupo 15 (Fernanda Castro e Vanessa Di Piero)

terça-feira, 28 de março de 2017

A PEC 241 e o seu impacto na Saúde

A aprovação da PEC 241 é um dos assuntos mais discutidos atualmente – ou pelo, menos, deveria. Ela tem como objetivo estabelecer um teto para crescimento dos gastos do governo, congelando-os em 20 anos, o que altera o financiamento da saúde e educação do país.
A PEC prevê o corte e congelamento, na educação, a universalização da educação infantil, a valorização do professor, a ampliação da oferta de educação integral, institutos e escolas federais, além do fim dos concursos públicos, havendo o desmonte das instituições públicas.
O SUS terá menos recursos por pessoa (vale ressaltar aqui que a saúde já não recebe investimento suficiente) pois se espera que a demanda aumente, já que o desemprego vem crescendo, a população também cresce e se torna mais velha, além do menor investimento em ações de prevenção e incorporação a novas tecnologias na rede pública.
Dados que confirmam o pouco investimento em saúde no Brasil estão nos quadros comparativos abaixo, da reportagem da revista Época onde se discutia justamente os impactos da mudança, antes mesmo da sua aprovação:


A população mais pobre, que depende mais do sistema público de saúde, tende a ser mais prejudicada, reduzindo brutalmente os serviços sociais e aumentando a desigualdade.

Vale a pena ler na íntegra essa reportagem:

“O que a PEC 241 muda na Saúde? A proposta, que limita os gastos do governo, foi aprovada em uma primeira votação na Câmara dos Deputados. Se passar, vai mudar as regras para financiamento da Saúde no Brasil. Entenda o que isso significa”. 

Entenda ainda mais sobre a redução gradual dos investimentos na saúde na reportagem do site El País:

“PEC 241: o que vai mudar na saúde dos brasileiros. Especialistas apontam que, em 20 anos, SUS pode deixar de receber mais de 400 bilhões de reais”.


 Os números assustam. Já no site da EBC Agência Brasil, que traz a reportagem com o título “Saiba como a PEC 241 vai mudar os investimentos públicos em saúde”, foi realizada uma simulação, com base nos dados do IBGE e Orçamento Brasil, que mostra como seriam as despesas de 2002 a 2015 caso as regras da PEC fossem aplicadas. Os valores da coluna à esquerda são em bilhões de reais:


Veja em:
Nota conjunta do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde diz que “os efeitos do novo regime fiscal proposto serão desastrosos para todas as gestões do SUS, especialmente para as esferas estaduais e municipais do sistema”.

Você já parou para pensar o que essa aprovação implicará diretamente em seu futuro como profissional da saúde, em seu futuro como cidadão brasileiro?
Acorda, Brasil! Precisamos de consciência política. Precisamos nos mobilizar cada vez mais. E lá vem a reforma da previdência. Você vai continuar de braços cruzados?


Referências:
No próprio corpo do texto.

Responsável pela publicação: Grupo 14 (Ana Verena Soares de Lima e Karine Santana de Lima) 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Miss Ever’s Boys


Deve-se subir até a próxima colina ?

          O filme “Miss Ever’s Boys” (intitulado em português como “Cobaias”), expõe o Caso Tuskegee, que ocorreu no Alabama, EUA, no período de 1932 a 1972, época em que a penicilina não havia sido descoberta.
          O filme é iniciado com um texto que resume o caso: o estudo visava descobrir se a sífilis era mais incidente em homens negros do que em brancos. Porém, como mostra a narrativa da personagem principal, a enfermeira Eunice Evers, não foi assim que se iniciou. Com a falta de recursos para dar continuidade a medicamentos e tratamentos ao grupo de pacientes de Tuskegee (área em que a população era predominantemente negra), médicos de Washington decidem “reabrir” o programa, mas com falsas intenções. Foi dito que inicialmente seriam ministrados aos pacientes medicações que não tratariam a patogenia, já que não haviam recursos, mas que isso traria de volta o apoio financeiro. Logo, havia uma previsão de que dentro de 6 meses a 1 ano, os homens que possuíam sífilis e faziam parte do programa teriam prioridade em receber o tratamento (que na época era a base de mercúrio).
          Um pouco antes do começo do estudo, Eunice se torna amiga de um grupo de músicos e dançarinos que também faziam parte do programa de tratamento para a sífilis. O título do filme, sensivelmente criado, vem do nome que esse grupo se nomeou: Miss Ever’s Boys, já que a enfermeira não só cuidava deles, mas como os levava para competições, criando assim um laço entre eles e principalmente, com Caleb, que viria a ser um ponto importante um pouco depois.
          O filme aborda não só questões éticas, mas como sociais e morais. É notável a todo momento que a área escolhida também possui um nível de pobreza bastante elevado, com demonstrações da população com dificuldades de se desprender da antiga vida de escravidão. Um médico que descreve aos pacientes, em momentos de descontração, suas noites em um club onde se apresentam artistas “de cor, mesmo que nesses clubes não são permitidos espectadores “de cor”. A dificuldade dos integrantes do grupo em pagar suas inscrições e formas de locomoção e um fator mais interessante: os diferentes modos escolhidos pela enfermeira para se comunicar com os homens infectados; a forma simplificada em suas palavras para não só facilitar o entendimento, mas com intenção de convencê-los a ouvir o que ela tem a dizer e aceitar suas sugestões.
          Dada a proposta do estudo, apesar de hesitar um pouco, Eunice acredita na palavra do médico que a informou sobre (além de oferecer o cargo de enfermeira chefe novamente, do qual ela havia sido demitida e trabalhava até então de empregada doméstica) e aceita participar do programa, recusando uma oportunidade que a tinham oferecido em outro local, influenciada também pelo laço criado com o grupo e com Caleb.
          Após o “prazo” de um ano se passar, nada acontece e Eunice permanece nessa esperança por mais alguns anos. Nesse espaço-tempo, um ponto importante: Caleb, com quem havia sacrificado o relacionamento pois não suportava a ideia de contar a ele a verdade sobre o programa (inclusive por ele ser um dos integrantes), se alista no exército e volta trazendo uma notícia crucial: foi medicado com penicilina, recentemente descoberta e aprovada para uso em portadores da sífilis, e então havia sido curado rapidamente. Eunice se espanta com a descoberta e questiona os médicos, que por sua vez justificam o não-uso do antimicrobiano devido a possibilidade de “forte reação” a medicação, levando a morte do paciente, justifica essa que acaba por convencer a enfermeira. É importante ressaltar que o filme se passa em flashbacks. A enfermeira, passado os 40 anos do caso, está sendo interrogada pela corte americana e conta toda sua história e envolvimento no Caso Tuskegee.
          Dado certo momento da situação, Eunice descobre que aqueles “voluntários” do programa nunca serão medicados, pois a verdadeira intenção com o estudo é chegar a fase da autópsia, não passando de uma observação lenta e dolorosa do paciente enquanto a doença o consome de forma cruel. Neste momento, temos outro ponto importante: o médico negro, que trabalhava com Eunice desde a época em que havia um tratamento real, justifica a necessidade daquele experimento com a importância de provar que negros e brancos reagem da mesma forma à sífilis. Porém, na corte americana, o senador que interroga Eunice, ao ouvir essa justificativa, devolve instantaneamente: se aqueles homens, mais de 200 dos 400 que iniciaram o estudo fossem brancos, teriam sido submetidos à aquela experimentação e fadados a morte numa falsa esperança de se curar? É o único momento em que a enfermeira expressa indignação e responde que não, que jamais o haviam sido negligenciados se os mesmos não fossem negros.
         De certa forma, a enfermeira mostra-se “satisfeita” e em paz com seu dever e juramento de enfermeira, mas o filme nos leva a questionar se por vezes, quando somos profissionais mesmo que de saúde, não nos esquecemos do lado humano da situação, oferecendo talvez, a coisa justa dada a conjuntura mas não o que o paciente realmente precisa.

Título em português: Cobaias


Responsável pela publicação: Grupo 13 (Amanda Silva Montero)

quarta-feira, 15 de março de 2017

Campanha mobiliza a população contra o racismo no SUS







Em dezembro de 2014 o Ministério Saúde lançou uma campanha contra o racismo institucional no SUS. Pouco citado (ou nem isso) dentro das academias e em formações para profissionais (reuniões de sindicato, congressos, palestras, simpósios, etc.). O assunto tem consequências em que não só causa as doenças, mas promove sofrimento e morte.
O termo “racismo institucional” foi definido pelos integrantes do grupo Panteras Negras, para dizer como o racismo de estruturava nas organizações e instituições. Para Stokely Carmichael “trata-se da falha coletiva de uma organização em prover um serviço apropriado e profissional às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica” (GELEDÉS – INSTITUTO DA MULHER NEGRA, 2017). Jurema Werneck definiu como um “modo de subordinar os direitos e a democracia às necessidades do racismo” (GELEDÉS – INSTITUTO DA MULHER NEGRA, 2017).
O racismo institucional na saúde se estrutura de diversas formas como, por exemplo:  na omissão de cuidado, na informação não passada ou passada de forma equivocada/incompleta, na negligência durante o atendimento e na negativa de acesso. Os pretos e pardos tendem a procurar menos os serviços de saúde, quando procuram tem maior probabilidade de não ser atendidos e quando são saem mais insatisfeitos. Um caso bem importante e não é dada a atenção devida pelos médicos clínicos nas emergências é a anemia falciforme que é uma doença grave e pode ser diagnosticada no teste do pezinho feito logo no nascimento do bebê e tem uma incidência de 6a 10% enquanto na população branca fica entre 2 e 4%. Na saúde da mulher os impactos vão desde a dificuldade para realizar uma mamografia.  “Segundo a PNAD de 2008, 40,9% das mulheres pretas e pardas acima de 40 anos de idade jamais haviam realizado mamografia em suas vidas, frente a 26,4% das brancas na mesma situação” (GELEDÉS, 2017 apud Paixão etalli, 2011: 19). Até nos casos de aborto em que as mulheres negras é a grande maioria que vai a óbito por realizar o procedimento de forma ilegal, insegura e precária.
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela... Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” Nelson Mandela (1918-2013).
Somos reflexos daquilo que em nós foi construído desde o nascimento. O que comemos, vestimos, falamos... Tudo foi socialmente construído culturalmente e faz parte de nós. E quando nos damos conta, já estamos formados e somos assim: fruto de um contexto social. Como disse Mandela, o racismo é aprendido... E o que é construído pode ser desconstruído também. Um racismo que tem se estendido as mais diversas instituições na sociedade e tem levado muitos ao sofrimento por está presente no serviço de saúde que se é prestado a população. Serviço que nasceu de lutas da população pelo seu direito a saúde, e existe para beneficiar a população.
É importante que nós, estudantes da área de saúde e futuras (os) enfermeiras (os), fiquemos atentas e atentas (os) enquanto o tipo e a qualidade de serviço que será prestada a população economicamente vulnerável.  Que é composta majoritariamente por pretos e pardos, não julgando ou deduzindo os motivos que o levaram estar ali. A partir do momento em que o indivíduo se torna paciente é necessário que se dê um atendimento humanizado com observação das suas subjetividades.

Referências:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. .Campanha mobiliza a população contra o racismo no SUS. 2014. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34777-campanha-mobiliza-a-populacao-contra-o-racismo-no-sus>. Acesso em: 15 mar. 2017.

GELEDÉS – INSTITUTO DA MULHER NEGRA (Brasil). Guia de enfrentamento do racismo institucional. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/12/Guia-de-enfrentamento-ao-racismo-institucional.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2017.

Responsável pela publicação: Grupo 12 (Izis Lima, Jessica Frexeira, Talita Gonçalves)

terça-feira, 14 de março de 2017

Os dilemas da doação de órgãos

A recusa de doação de órgãos no Brasil é um problema grave, segundo a revista Estadão quase metade das famílias diz “não” a doação de órgão. Se você acha a fila do mercado grande ou dos bancos, imaginem uma com 34,5 mil pessoas, são aproximadamente cinco anos de espera. Em 2016, 2.013 pessoas que estavam na fila por um órgão morreram e foram apenas 2.854 doações.
Muitos fatores contribuem por esse baixo índice, como: sofrimento com a perda familiar, crença religiosa a não aceitação da manipulação do corpo e o desconhecimento. Para Edvaldo Leal de Moraes, vice-coordenador da Organização de Procura de Órgão (OPO) do hospital das Clínicas de São Paulo com 21 anos de carreira, frases como “Eu não tenho nada a ver com os filhos de outras mães” o assusta, para ele os motivos da recusa envolvem fatores culturais e a falta de informação. “ Ainda há muito a crença de que ocorrerá um ‘milagre’, mesmo em pessoas que até então não tinham manifestado nenhum tipo de ligação religiosa”, relata.
Campanhas para doação de órgãos possuem um grande valor. José Ottaiano, vice-presidente do Conselho de Oftalmologia afirma:  “A divulgação pela impressa e em novelas realmente facilita”. Entre os anos de 2013 a 2014 houve um aumento de 271 para 311 de transplantes de órgãos, sendo que em 2014 foi ao ar a novela Em Família, da Rede Globo, o personagem Cadu (interpretado por Reynaldo Gianecchini) passou por um transplante de coração.
Uma boa capacitação dos profissionais também possui sua importância. “Uma das explicações para a rejeição da doação é a falta de preparo profissional”, relata o coordenador médico Jóse Eduardo Afonso.
“Doar órgãos é eternizar uma parte de você, fazer com que a gratidão faça da saudade apenas um detalhe” (Professor Galvão).
E você, qual sua opinião sobre a doação de órgãos, você gostaria de ser um doador?  Comente aqui!





              Responsável pela publicação: Grupo 11 (Andreza Siqueira, Natália Webler e Vitória Lopes).

segunda-feira, 13 de março de 2017

A SAÚDE NO SISTEMA PRISIONAL

Você se lembra da última vez em que assistiu uma reportagem ou leu uma notícia em algum jornal sobre a saúde da população carcerária? 
Por que será que é um tema pouco abordado? Seria outra vertente do discurso "bandido bom é bandido morto"?





Responsável pela publicação: Grupo 11 (Andreza Siqueira, Natália Webler e Vitória Lopes).

ABANDONO DE IDOSOS NO BRASIL

O Brasil está envelhecendo, isso significa que a população brasileira tem um grande número de idosos, e este número tende a crescer. Acredita-se que daqui a 20 anos a tabela etária brasileira irá virar de ponta cabeça, ou seja, teremos mais idosos do que crianças. Com o envelhecimento da população, há também o aumento de doenças características, como a Doença de Alzheimer, por exemplo. Mas será que a população, familiares e sistema Brasileiro estão preparados para lidar com idosos e suas patologias?

O aumento no registro de abandono e violência contra o idoso é alarmante, após um levantamento e comparação de dados, foi possível constatar um aumento de 16,4% no Brasil. No país onde abandono ao idoso é crime, muitos são os casos de tal ação, famílias abandonam seus idosos, usando desculpas como falta de tempo para dedicar cuidados a eles ou até mesmo o gasto com esses cuidados. O abandono em questão, não é apenas abandona-los em um lar para idosos, talvez essa seja a melhor opção para muitos, mas também o abandono em seu próprio lar, abandona-los de cuidados em geral, deixando-os vulneráveis à acidentes domésticos e outros mais. Mas então por que não leva-los a um lar para idosos? O custo de manter o idosos em um lar particular, a falta de acesso a lares públicos, o que nos leva a outro questionamento: Até onde o sistema Brasileiro se mostra, também, responsável pelo abandono dos nossos idosos? Particularmente não conhecíamos asilo/casa de repouso/abrigos/lar para idosos financiado pelo estado (públicos) em pesquisa realizada, pudemos perceber que eles existem, mas em número de demanda bem inferior ao da procura. Segundo um estudo realizado pela Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) temos em média 20 milhões de idosos no Brasil e possuímos cerca de 218 asilos públicos, número que não supre as necessidades existentes.

O envelhecimento é consequência da vida, caso a vida não seja interrompida “precocemente”, todos chegam a velhice.

Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.

Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.

Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.

Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.

De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.

(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)

Cecília Meireles


Referências:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672007000300004

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/07/1658430-registros-de-abandono-e-violencia-contra-idosos-no-pais-crescem-164.shtml

https://cronicasdeassis.wordpress.com/2014/02/18/como-se-morre-de-velhice-por-cecilia-meireles/

Responsável pela publicação: Grupo 11 (Andreza Siqueira, Natália Webler, Vitória Lopes).

quarta-feira, 8 de março de 2017

Homenagem às mulheres que desde sempre lutaram por todas nós


Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).

O que é doula?

Foto retirada do livro A Doula no Parto - Fadynha

A palavra doula vem do grego e significa aquela que serve outra mulher. Na atualidade, esse termo é utilizado para a acompanhante da gestante ou do casal “grávido”. A doula é uma pessoa que compreende e está familiarizada com os processos fisiológicos e emocionais relacionados a gravidez e o parto.

A maternidade e o nascimento, abrem novos horizontes para a mulher, nasce um ser único e especial, com ele nasce uma mãe, um pai, um irmão e uma nova família. A doula é a pessoa que está presente durante essa trajetória, nesse momento marcante, e com a experiência que possui, pode auxiliar em vários aspectos, dando além de apoio físico e energético, também emocional e espiritual.
É uma profissional especialmente treinada, através de cursos de capacitação, que oferece apoio contínuo e conforto físico à parturiente durante todo o trabalho de parto. A doula tem o conhecimento de algumas terapias naturais que amenizam o desconforto das contrações e auxiliam a mulher. Utiliza técnicas de respiração, relaxamento, posições de yoga, massagem e métodos não-farmacológicos para alívio à dor. Já existem evidencias científicas que comprovam que o uso de drogas durante o trabalho de parto é prejudicial e atrapalha as etapas fisiológicas do parto natural.

O papel da doula também é informativo e psicológico, pois está ao lado da gestante durante toda a gravidez para tirar qualquer dúvida, indicar livros e filmes, auxiliar na preparação para o parto e abordar temas relacionado ao puerpério e amamentação, dando assessoria inclusive no período após o parto.
Realiza visitas durante a gestação tendo o foco em assuntos como: etapas da evolução do trabalho de parto, receios e temores, sentimentos vinculados a esse momento, como se preparar física e emocionalmente para a maternidade, procedimentos que podem ou não ser utilizados durante o parto, preferencias para o nascimento e posições que respeitam as necessidades do corpo da mulher acima de tudo.

A doula tem o papel de mostrar o quanto é importante o casal se empoderar, sabendo que esse momento pertence a eles e que somente eles devem tomar as decisões. Orienta, auxilia e pondera junto com a gestante e seu parceiro as melhores alternativas, para o casal fazer suas escolhas de uma forma consistente e afetiva. O trabalho da doula é extremamente elucidante, é uma caminhada para o despertar da consciência e do poder do sagrado feminino.

O principal requisito para ser doula é a vontade de compartilhar desse ritual de passagem que é o parto. Qualquer pessoa que deseje pode se tornar doula, não precisa ser necessariamente profissional da saúde ou ser mãe ou ser mulher, hoje em dia até os homens estão se interessando por esse tema. Se você tem afinidade com assunto, gosta da ideia de acompanhar partos ou tem vontade de conhecer um pouco mais sobre esse universo fascinante da parteria, vale muito a pena se envolver nesse movimento de resgate ao parto natural

Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).

Entrevista com Mary Lucia Galvão

Entrevista com Mary Lucia Galvão, Enfermeira Obstetra de formação e parteira de coração, docente do curso de enfermagem da UNEB e ativista da Humanização.



Como se deu a sua trajetória profissional enquanto enfermeira obstetra?

Minha trajetória profissional se deu de uma forma muito direcionada para área da saúde da mulher desde o início da minha formação. Logo após a formação, eu escolhi trabalhar em uma maternidade pública no interior da Bahia e descobri de uma forma singular, que eu me encaixava muito bem no cuidado à mulher, e só muito mais tarde percebi o porquê que eu escolhi a obstetrícia. Logo quando comecei, foi de forma muito intuitiva e amorosa, me senti seduzida pela assistência à saúde da mulher, antes de fazer a especialização. Primeiro fui trabalhar na maternidade apenas com a graduação e habilitação em obstetrícia e após 3 anos de assistência na clínica de saúde da mulher, resolvi buscar uma especialização, fui para São Paulo e fiz especialização e mestrado em obstetrícia. Mas o que fechou de forma bem impactante a minha área na obstetrícia, foi um estágio que fiz com uma parteira alemã, o que mudou totalmente o meu foco, a minha identidade profissional. Foi um estágio numa ONG chamada Monte Azul, em que a parteira trabalhava em outro modelo diferente do qual eu já tinha aprendido durante a especialização na Escola Paulista de Medicina. Quando eu comecei a fazer o estágio com essa parteira, percebi que existia uma incoerência entre a minha forma de cuidar e a forma dela de assistir e cuidar da mulher, e logo identifiquei que estávamos trabalhando com a mesma temática, saúde da mulher, pré-natal, parto e ginecologia, mas de forma muito distinta. Então, ela me chamou para conversar e explicou que eu estava fazendo o modelo antigo, que era o modelo tecnocrático, e ela já trabalhava no modelo holístico. E foi ali que minha formação se completou, digamos assim, a minha área de especialidade ficou bem sedimentada a partir do conhecimento de outros modelos de assistência. Portanto, minha trajetória profissional começou primeiro na assistência, depois fiz a especialização, posteriormente esse estágio complementar, o mestrado, à docência e eu fui me aperfeiçoando. E principalmente o que me dá hoje mais segurança nessa área de especialidade, é a experiência acumulada durante esses 35 anos de prática em obstetrícia. Eu tenho 35 anos de formada, e desses, 32 anos com parto e 20 com parto domiciliar. Sou enfermeira na área de saúde da mulher com foco na assistência ao parto humanizado e sou de certa forma, uma ativista dessa causa, porque represento o ReHuNa, Rede pela Humanização do Parto e Nascimento. E também porque atuo no ministério nessa área de assistência ao parto em zonas rurais, capacitando parteiras tradicionais que acumulam saberes, não capacitando na verdade, trocando saberes, e venho fazendo isso de uma forma cada vez mais prazerosa. Foi assim que eu percorri minha trajetória profissional, comecei no interior da Bahia, depois fui para São Paulo, lá trabalhei por 10 anos em maternidades públicas e privadas fazendo assistência direta ao parto normal, voltei para Bahia em 1999 e agora estou na área de assistência a clínica e na docência.
  
Na sua opinião, nos últimos anos, tem ocorrido alguma mudança nas práticas obstétricas no Brasil?

Sim, mudanças significativas. E alguns elementos para ilustrar essas mudanças são legislações totalmente novas, a exemplo da lei do acompanhante que desde 2005 é lei em todo território nacional. As políticas públicas de assistência ao parto, as campanhas de incentivo ao parto normal, os programas, como a rede cegonha, o foco na assistência a partir de Centros de Parto Normais, os CPNs e o financiamento e apoio a cursos de enfermagem obstétrica em todo brasil. O ministério fez isso de 1999 a 2005 e eu coordenei 3 desses cursos todos promovidos e financiados pelo governo, em parceria com as universidades, em que formei 85 enfermeiras obstétricas. Esses inúmeros cursos de capacitação que foram financiados pelo ministério, serviram para mudanças de modelos assistenciais em maternidades públicas, a exemplo do que está acontecendo no Sofia Feldman em Belo Horizonte, onde a enfermeira obstétrica é responsável pelo parto humanizado, apresentando dados epidemiológicos muito interessantes. Uma última pesquisa no Brasil traz dados muito significativos sobre as mudanças obstétricas a partir do ano de 2000. Simone Diniz também tem um artigo muito bom que fala sobre a história da humanização do parto no Brasil, e nele aponta inúmeros avanços desde a presença da enfermeira obstétrica na cena do parto, bem como o incentivo às boas práticas médicas baseada em evidências e traz também todos os manuais do ministério, como o Humaniza SUS. Até a mídia contribuiu muito, nós temos agora programas direcionados para esse novo modelo de assistência, como por exemplo no canal GNT o programa Boas Vindas, que aparece muita coisa esdrúxula, diria, como se fizesse parte da humanização do parto, mas ainda assim, com os furos que o programa apresenta, é uma forma de ampliar o debate sobre essa nova forma de nascer no Brasil. Tem também o prêmio Galba de Araújo, que da década de 90 até 2008, deu incentivo a maternidade segura, que era um incentivo não só por título, mas também financeiro para maternidade que conseguia dar os 10 passos para a humanização. Esses são dados importantes dessa mudança que vem acontecendo no Brasil, desde a década de 90, com mais ênfase agora nessa última década. E interessante que hoje, exatamente hoje, saiu uma nova legislação no ministério para identificar e ressaltar as violências obstétricas. Isso é muito bom, muito interessante, é isso que eu vejo como avanço em obstetrícia.

Link do artigo de Simone Diniz 

Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).

Parto Domiciliar: Acolhimento e Respeito!






Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).

Anticoncepcional: Mitos e verdades

Desde que entrou no universo feminino a pílula anticoncepcional não sai da boca das mulheres, e para algumas, esse método contraceptivo ainda é um assunto muito polêmico, muitas mulheres tem um certo preconceito com a pílula devido a alguns mitos que foram surgindo ao longo dos anos. É verdade que inicialmente as taxas hormonais postas no medicamento eram bem altas, isso acontecia porque não se sabia ao certo qual era a quantidade necessária para impedir a ovulação, com o tempo e aperfeiçoamento as taxas foram diminuindo pois foi visto que assim o resultado seria satisfatório. A maioria das mulheres tem algumas perguntas sobre o uso da pílula e em uma revista online alguns ginecologistas se dispuseram a responde-las.


Pílula engorda

As bulas de grande parte das pílulas anticoncepcionais disponível nas gôndolas alertam que é possível observar alguma oscilação de peso. No entanto, a maioria das marcas utilizadas atualmente apresenta baixa dosagem hormonal, o que significa que os casos de mulheres que ganham peso por este motivo são poucos. “Não é uma regra, a maioria das mulheres não engorda e existe até uma minoria que emagrece. Mas algumas apresentam certo inchaço. Quem engordar muito rápido, por exemplo, ganhar cinco quilos em dois meses, sem nenhuma alteração aparente de rotina, deve procurar o médico para mudar a medicação” informa a ginecologista.

Emendar duas cartelas compromete a fertilidade

A maioria das mulheres acredita que tomar pílulas de forma contínua, evitando assim a menstruação, pode “bagunçar” o organismo e trazer problemas quando o desejo de ser mãe aparecer. “Não existe risco nenhum associado a essa prática. As pílulas são de baixíssima dose. A única recomendação para estas mulheres é que visitem o ginecologista semestralmente”, explica a ginecologista.

É possível tomar duas pílulas de uma vez no caso de esquecimento

A ginecologista avisa que esta crença não tem fundamento. Além disso, o efeito da pílula é comprometido caso isso se torne um hábito. “Nestes casos, a mulher pode tomar outra pílula em até 12h depois do esquecimento. Passando disso, não adianta nada tomar, não fará efeito algum”, explica. No entanto, a especialista conforta as “esquecidinhas”: “se ela esquecer de tomar uma única pílula, não tem o risco real de engravidar, exceto no caso das meninas mais jovens, que estão muito férteis. Em todo caso, aconselhamos que, a partir do esquecimento, ela use a camisinha até que termine a cartela, apenas por excesso de zelo”, pontua.

Alguns remédios podem anular o efeito do anticoncepcional

De acordo com a ginecologista, essa afirmação é verdadeira, especialmente no caso dos antibióticos. “Os remédios são metabolizados juntos no fígado. Então, se o organismo tiver que escolher um dos dois para metabolizar, ele vai priorizar o antibiótico”, explica. A camisinha nunca é dispensável e se faz ainda mais importante para as mulheres que estão fazendo uso de alguma medicação.

Outro assunto que também é muito comentado nesse meio é, se as pílulas aumentam o risco de desenvolver trombose. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que usam anticoncepcionais contendo drospirenona, gestodeno ou desogestrel (caso das pílulas) têm um risco de 4 a 6 vezes maior de desenvolver tromboembolismo venoso, em um ano, do que as mulheres que não usam contraceptivos hormonais combinados. De qualquer forma, segundo os médicos especialistas, se não há outros fatores de influência, o risco ainda assim é pequeno.

“Os benefícios dos anticoncepcionais na prevenção da gravidez continuam a superar seus riscos. Além disso, os riscos de eventos como trombose envolvendo todos os contraceptivos orais combinados é conhecidamente pequeno”, informou a Anvisa.

Mesmo com a pequena chance, a possibilidade de efeitos colaterais é o principal argumento dos médicos para que as mulheres não escolham a pílula por conta própria. Antes de receitar o anticoncepcional ideal, o ginecologista deverá fazer um questionário para ver se a paciente tem alguns dos fatores que podem desencadear problemas pelo uso da pílula e aumentar a probabilidade de ter uma trombose, entre outras doenças.

Ainda segundo a Anvisa, “antes do início do uso de qualquer contraceptivo, deve ser realizado minucioso histórico individual da mulher, seu histórico familiar e um exame físico incluindo determinação da pressão arterial. É importante também perguntar se a paciente toma qualquer outro medicamento que possa interagir com os hormônios da pílula, por exemplo, pacientes que tomam anticoagulantes exatamente para evitar a trombose, não é indicado o uso de pílula.

Existem muitas outras dúvidas envolvendo o uso da pílula, o mais indicado é procurar um ginecologista para se informar mais sobre o assunto e evitar tomar remédios sem indicação. A camisinha ainda é o método contraceptivo mais seguro e eficaz, mesmo para aquelas mulheres que tomam pílula para não engravidar, é a camisinha a responsável por impedir as doenças sexualmente transmissíveis. Tomar medicamento de base hormonal pode causar alguns problemas a longo prazo, mesmo com taxas baixas, além de que sabemos que hormônios tem base lipídica e isso pode influenciar no aparecimento de varizes e celulites, além de influenciar na trombose (mesmo que seja de baixo risco). Não existe método 100% seguro para prevenção, mas com os cuidados necessários é possível manter a saúde e o bem-estar do corpo.

Fontes de pesquisa:


Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).