terça-feira, 14 de março de 2017

Os dilemas da doação de órgãos

A recusa de doação de órgãos no Brasil é um problema grave, segundo a revista Estadão quase metade das famílias diz “não” a doação de órgão. Se você acha a fila do mercado grande ou dos bancos, imaginem uma com 34,5 mil pessoas, são aproximadamente cinco anos de espera. Em 2016, 2.013 pessoas que estavam na fila por um órgão morreram e foram apenas 2.854 doações.
Muitos fatores contribuem por esse baixo índice, como: sofrimento com a perda familiar, crença religiosa a não aceitação da manipulação do corpo e o desconhecimento. Para Edvaldo Leal de Moraes, vice-coordenador da Organização de Procura de Órgão (OPO) do hospital das Clínicas de São Paulo com 21 anos de carreira, frases como “Eu não tenho nada a ver com os filhos de outras mães” o assusta, para ele os motivos da recusa envolvem fatores culturais e a falta de informação. “ Ainda há muito a crença de que ocorrerá um ‘milagre’, mesmo em pessoas que até então não tinham manifestado nenhum tipo de ligação religiosa”, relata.
Campanhas para doação de órgãos possuem um grande valor. José Ottaiano, vice-presidente do Conselho de Oftalmologia afirma:  “A divulgação pela impressa e em novelas realmente facilita”. Entre os anos de 2013 a 2014 houve um aumento de 271 para 311 de transplantes de órgãos, sendo que em 2014 foi ao ar a novela Em Família, da Rede Globo, o personagem Cadu (interpretado por Reynaldo Gianecchini) passou por um transplante de coração.
Uma boa capacitação dos profissionais também possui sua importância. “Uma das explicações para a rejeição da doação é a falta de preparo profissional”, relata o coordenador médico Jóse Eduardo Afonso.
“Doar órgãos é eternizar uma parte de você, fazer com que a gratidão faça da saudade apenas um detalhe” (Professor Galvão).
E você, qual sua opinião sobre a doação de órgãos, você gostaria de ser um doador?  Comente aqui!





              Responsável pela publicação: Grupo 11 (Andreza Siqueira, Natália Webler e Vitória Lopes).

11 comentários:

  1. Dentre os fatores, o que na minha opinião deve ser mais combatido é a falta de informação. As pessoas precisam saber que depois da morte encefálica, não há retorno. Precisa se esclarecer o básico: o cérebro comanda a respiração, sem ela não há mais vida.
    Nunca conversamos aqui em casa sobre doação de órgãos. Levantei a questão e todos foram a favor.
    Doar órgãos, dar continuidade a vida, salvar vidas.

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  2. Eu acredito que uma das maiores causas das pessoas não doarem seus órgãos é a ignorância - seja de como funciona o sistema, seja das vontades do ente querido que está em posição de doar órgãos. É preciso que as pessoas conversem entre si, leiam um pouco sobre isso, e falem sobre este assunto, mesmo que não seja um que faça parte do seu dia-a-dia.

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  3. Sempre deixei bem claro em casa sobre meu desejo de doar tudo o que for possível! Acredito que a doação de órgãos é uma forma de realizar uma ação nobre, de salvar uma vida mesmo após a morte, tornando eterno um pedaço do nosso corpo que não seria mais funcional, apenas iria se decompor e chegar ao pó. É de extrema importância o diálogo com o máximo de parentes possível, para que, quando eles tiverem de responder por nós, respeitem e cumpram com nossa vontade. Muitas famílias têm esse "apego" ao corpo intacto para o velório por diversas influências durante a vida e essas também devem ser respeitadas. Porém, é preciso que essas pessoas tenham acesso a outras informações e quantas vidas elas podem salvar ao optar pela doação, para que possam tomar suas decisões com mais consciência.

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  4. " Eu não tenho nada a ver com os filhos de outra mãe". Enquanto ideias como estas existirem a fila de espera nunca vai diminuir. É triste as pessoas ainda não desenvolveram a capacidade de imaginar a angústia, sofrimento do outro e isso se constitui mais uma lacuna no processo de doação de órgão, principalmente quando tem se a ideia fixa " Ah, mas não é só porque pessoas estão passando por isto que irei passar" como já escutei por diversas vezes em rodas de conversas. Círculos estes que precisam ser constantes e necessários principalmente no ambiente familiar quebrando tabus e diminuindo rejeição das famílias.Em uma de muitas visitas realizadas entre elas o CIHDOTT foi possível constatar como a relação do profissional- o acolhimento- com a família implica de maneira positiva nessa temática. É preciso levar a compreensão de que a doação não significa necessariamente o fim da vida pelo contrário asseguraria a continuidade de vida ou melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas.

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  5. Já tinha visto o vídeo, e realmente faz refletir. Mas é como foi dito no texto, muitos são os motivos que fazem algumas famílias dizer "não". Acredito que, além da fé, onde se acredita em recuperação mesmo após qualquer diagnóstico, há também o fato de "retirar algo que lhe pertence do seu próprio corpo". Não é só a família que diz "não", mas sim o indivíduo em vida. Quem quer ser doador, diz. Acredito que a partir do momento que o indivíduo demonstra essa opção, a maioria das famílias acatam a decisão. Afinal, existe aquela inquietude em se cumprir e se fazer o que a pessoa queria quando em vida. Acho que, ao se colocar no lugar de quem espera por uma doação, qualquer um se faria mais apto a doar. Mas penso também que uma das barreiras à isso é o fato de como é feito o trabalho dos profissionais responsáveis pela captação. Por muitas pessoas existe a ideia de que parecem "urubus" atrás de um diagnóstico que possibilite a doação, há um tempo também havia o receio em várias pessoas de, ao se declarar como doador, não ter a acolhida tão boa assim no que se refere a ter sua vida salva. Enfim... na área de saúde precisamos de pessoas que tenham um bom coração, para saber lidar com todos os lados das diversas situações. Esse assunto pode se fazer muito extenso se quisermos, mas, para finalizar, penso que decisão deve ser individual e respeitada.

    Li essa matéria onde constam alguns relatos, muito interessante: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2014/04/anjos-da-morte-como-e-rotina-das-enfermeiras-que-buscam-doadores-de-orgaos-nos-hospitais-brasileiros.html

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  6. Até a ida ao CIHDOTT do Roberto Santos, eu nunca havia discutido a respeito da doação de órgãos com a minha mãe. E isso me fez pensar em várias questões, talvez burocráticas, relacionadas à morte, que simplesmente negligenciamos por pensarmos que ela está muito distante de nós - o que é um grande equívoco.
    Enfim, concordo que a raridade das doações está relacionada com a falta de informação, com a ignorância da população. Mas também não vejo a televisão, ou os jornais, ou as escolas, ou o que quer que seja falar abertamente sobre isso, com o intuito de esclarecer questões que levam as pessoas a não serem doadoras (ou a nem pensarem sobre o assunto, o que faz com que outra pessoa decida se os órgãos devem ou não serem doados). Não estou dizendo que não há campanhas para doação de órgãos ou conscientização da população, mas elas existem de forma extremamente tímida. A ponto de ninguém do meu círculo familiar e de amizades ter pensado sobre o assunto até eu trazê-lo.

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  7. É um assunto muito delicado, no Brasil, existe a carência de doadores de órgãos, o que acaba dificultando os processos de transplante em todo o país. A maior parcela da população não possui a identificação de doador em sua carteira de identidade e quando isso ocorre a decisão de doação passa para a família, que em muitos casos não possui conhecimento do desejo do familiar em ser doador. Mas em primeiro lugar tem que haver reapeito e aceitar a decisão, qualquer que seja ela.

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  8. Durante a visita ao CIDHOTT o que me deixou mais impressionada foram os dados referentes ao número de doações e os porquês das recusas. É alarmantes constatar como os brasileiros não tem conhecimento acerca do processo de doação e como isso prejudica a vida de tantas pessoas. E mais triste ainda é pensar que existam familiares que desistiram de doar por conta de atendimento ruim. Acredito que isso não seja motivo suficiente para negar salvar a vida de outra pessoa mas é alarmante saber que um paciente foi destratado ao ponto de um parente recusar uma doação. é preciso ,diante disso, educar a população, passando as informações pertinentes para construir uma consciência acerca do tema, e além disso educar os profissionais sobre um atendimento mais humanizado.

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  9. É necessário, campanhas de conscientização e educação das pessoas sobre o tema, pois a recusa em doar muitas vezes decorre de uma falta de esclarecimento sobre o assunto para a população. As campanhas de incentivo à doação não são o bastante, é preciso que as pessoas sejam educadas em relação a esse assunto que é tão importante, e que pode salvar inúmeras vidas.

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  10. Eu acredito que hoje o maior obstaculo para a doação de órgãos é a crença religiosa. Como foi dito no post, as pessoas criam a ideia de que um milagre pode acontecer e ente ressuscitar.
    A questão dos profissionais não estarem preparados é um reflexo da sociedade, pois eles mesmos são portadores dessas crenças e de certa forma do pensamento ignorante, pois pouquíssimas faculdades de saúde desenvolvem o eixo humanístico ao longo do curso, focando apenas nos conhecimentos técnicos.

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  11. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de órgãos (ABTO), O Brasil possui hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo, sendo 90% dos transplantes realizados pelo SUS, no entanto o número destas cirurgias no país ainda se encontra abaixo da média mundial.
    Mesmo dispondo da Política Nacional de Transplantes de Tecidos, Órgãos e Partes do Corpo Humano (PNTO), fundamentada e estabelecida pela Lei 9.434/97, a demanda do país à nível de transplantes não é atendida de forma efetiva.
    Alguns pontos caracterizam esse problema, como: a falta de compatibilidade e incentivos à doação; a infraestrutura precária; a deterioração dos órgãos e subnotificações; má administração e gerenciamento das filas; financiamento inadequado; desequilíbrio da demanda X oferta; literatura insuficiente em âmbito estadual; o medo do tráfico de órgãos; e a falta de conhecimento dos profissionais, estudantes e usuários sobre PNTO.
    Isso tudo desenvolve uma elevada taxa de mortalidade na lista de espera.
    A doação de órgãos é fundamental para a saúde de uma população. É preciso uma educação da sociedade para que seja compreendido a importância dessa ação. Assim, acabando com todo medo que exista nos possíveis doadores e/ou seus familiares, consequentemente aumentando o número de doações, haja vista que já possuímos um sistema de transplantes bem desenvolvido.

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