Por décadas, a imagem
da enfermeira promíscua e negligente tem sido vendida pela mídia. Apesar de, em
sua boa parte, essa imagem ser apresentada como piadas ou “só” fantasias, isso desencoraja
fortemente enfermeiras praticantes e aspirantes, além de encorajar assédio
sexual na área de trabalho - que é um dos maiores problemas das enfermeiras.
Devido a essa imagem
cada vez mais reforçada nos filmes e séries, entre outros veículos da mídia,
algumas pessoas realmente consideram enfermeiras mais “sexualmente disponíveis”
que mulheres de outras profissões. A área da enfermagem continua a ser
degradada, perdendo investimento e respeito.
Um estudo realizado
na Inglaterra, em 2006, mostrou que 54% dos homens britânicos haviam tido
fantasias sexuais com enfermeiras, mais do que com qualquer outra profissão. No
mesmo estudo, foi comprovado que as fantasias femininas se focaram em
profissões como bombeiros. Ou seja, o objeto das fantasias das mulheres é poder
e prestígio; dos homens, é submissão e vulnerabilidade.
Já a imagem da
enfermeira como um anjo, puro e intocável, foi promovida com fervor no século
dezenove, em contragolpe à imagem impura que elas tinham até então, devido ao
fato de, por muitos anos ao longo da história, a enfermagem era um trabalho de
prostitutas. A enfermeira, então, seria uma mulher religiosa, nobre e
obediente, com um comportamento exemplar.
Florence Nightingale
promoveu essa imagem devido ao problema de mulheres enfermeiras cuidando dos
enfermos do exército britânico, durante a guerra da Criméia, ser muito
controverso, pois era considerado imoral e revolucionário.
Apesar de,
inicialmente, este estereótipo parecer inofensivo, a perpetuação de uma imagem
praticamente santificada da enfermeira, assim como a imagem de uma enfermeira
promíscua e submissa ao médico, promove o ato de ignorar a importância das
enfermeiras na assistência à saúde, gerando cada vez mais desrespeito. Tal
desrespeito com o qual chegam a tratar a enfermeira também coloca as vidas de
pacientes em risco, pois coloca obstáculos na execução do trabalho dela, que é,
em grande parte, salvar vidas. Quando a mídia apresenta e ajuda a massificar
esses estereótipos, eles provam-se tóxicos também para a saúde e auto-estima da
enfermeira, a qual vê seu trabalho diminuído à assistente do médico, sendo que
eles são colegas não-hierarquizados; e, também, desencoraja a enfermeira a
confrontar qualquer ato de desrespeito contra ela e a exigir respeito que lhe é
devido.
(Fontes:
Responsável pela publicação: Grupo 06 (Nívea Belém
e Diane Evangelista)