quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Enfermagem e os estereótipos.



Por décadas, a imagem da enfermeira promíscua e negligente tem sido vendida pela mídia. Apesar de, em sua boa parte, essa imagem ser apresentada como piadas ou “só” fantasias, isso desencoraja fortemente enfermeiras praticantes e aspirantes, além de encorajar assédio sexual na área de trabalho - que é um dos maiores problemas das enfermeiras.

Devido a essa imagem cada vez mais reforçada nos filmes e séries, entre outros veículos da mídia, algumas pessoas realmente consideram enfermeiras mais “sexualmente disponíveis” que mulheres de outras profissões. A área da enfermagem continua a ser degradada, perdendo investimento e respeito.

Um estudo realizado na Inglaterra, em 2006, mostrou que 54% dos homens britânicos haviam tido fantasias sexuais com enfermeiras, mais do que com qualquer outra profissão. No mesmo estudo, foi comprovado que as fantasias femininas se focaram em profissões como bombeiros. Ou seja, o objeto das fantasias das mulheres é poder e prestígio; dos homens, é submissão e vulnerabilidade.

Já a imagem da enfermeira como um anjo, puro e intocável, foi promovida com fervor no século dezenove, em contragolpe à imagem impura que elas tinham até então, devido ao fato de, por muitos anos ao longo da história, a enfermagem era um trabalho de prostitutas. A enfermeira, então, seria uma mulher religiosa, nobre e obediente, com um comportamento exemplar.

Florence Nightingale promoveu essa imagem devido ao problema de mulheres enfermeiras cuidando dos enfermos do exército britânico, durante a guerra da Criméia, ser muito controverso, pois era considerado imoral e revolucionário.

Apesar de, inicialmente, este estereótipo parecer inofensivo, a perpetuação de uma imagem praticamente santificada da enfermeira, assim como a imagem de uma enfermeira promíscua e submissa ao médico, promove o ato de ignorar a importância das enfermeiras na assistência à saúde, gerando cada vez mais desrespeito. Tal desrespeito com o qual chegam a tratar a enfermeira também coloca as vidas de pacientes em risco, pois coloca obstáculos na execução do trabalho dela, que é, em grande parte, salvar vidas. Quando a mídia apresenta e ajuda a massificar esses estereótipos, eles provam-se tóxicos também para a saúde e auto-estima da enfermeira, a qual vê seu trabalho diminuído à assistente do médico, sendo que eles são colegas não-hierarquizados; e, também, desencoraja a enfermeira a confrontar qualquer ato de desrespeito contra ela e a exigir respeito que lhe é devido.

(Fontes:


Responsável pela publicação: Grupo 06 (Nívea Belém e Diane Evangelista)

12 comentários:

  1. É tão triste ouvir das pessoas que somos auxiliares e ''comidinha'' dos médicos... Mas não haverá mudança sem modificar nossa posição perante a sociedade .Contudo, sei o quão difícil é obter essa posição,jamais aceitando e concordando com os erros dos outros profissionais de saúde achando que estamos ali apenas para auxiliar e servir é ouvir e muito e ir contra toda uma construção histórica de uma sociedade ,mas ,afinal, ser enfermeiro é sim uma posição política, defender nossos colegas de profissão e discordar de certos posicionamentos e estereótipos pode sim fazer a diferença.

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  2. A desconstrução dessa imagem deve ser praticada cada dia com mais veemência por cada uma de nós, a partir dos nossos comportamentos, falas e, principalmente, atitudes.

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  3. Acredito que essas imagens, são construções históricas. pois como estamos vendo ao longo do semestre, a história da Enfermagem passa pelas freiras, pelas prostitutas, por muitas mulheres e suas diferentes histórias de vida, até chegar no lugar que estamos hoje. Para romper com essa visão, de anjo da caridade, a profissão ainda precisa ser valorizada, não só pela sociedade, mas principalmente por quem a pratica.

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  4. As manifestações de preconceito, seja pela imagem de inferioridade da enfermeira em relação a outros profissionais da área de saúde, principalmente os médicos, seja pela iamgem sexual ou até mesmo pela imagem de anjo de caridade, muitas vezes vem de pessoas próximas como família e amigos. Os profissionais de enfermagem, precisam romper essas barreiras,valorizando sua profissão e assumindo suas competências.

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  5. A ausência de pessoas para cuidar dos enfermos durante a reforma protestante fez com que mulheres de moral duvidosa exercessem o papel.A aderência da imagem de uma mulher submissa, religiosa, angelical, bondosa por uma mulher de baixo valor social e que ainda ganharia pela prática de cuidado não foi bem aceita. Até hoje permanece rastros desse estereótipo negativo da Enfermagem influenciando na desvaloriração da categoria, tornando-a exclusivamente feminina e objeto de desejo sexual dos homens como já relatado. Enquanto procurava mais abordagens do tema encontrei relatos de enfermeiras que já sofreram abuso no ambiente de trabalho, algumas que não souberam a princípio identificar a prática desrespeitosa por parte dos médicos e muitas que se acovardaram a denunciarem resultando no abandono da carreira. O que entristece é que o silêncio dessas mulheres contribui para o retrocesso das mudanças no campo e abafa o problema impedindo ações judiciais.

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  6. As questões de gênero e poder são muito fortes em relação à esse imaginário social que torna a mulher enfermeira objeto de desejo sexual. É revoltante saber que ainda hoje existe a imagem de que nós mulheres devemos satisfazer sexualmente os homens, e pior ainda, como a colega citou que enfermeiras são "comidinha". É repugnante, ainda mais que podemos perceber ai uma relação de hierarquização que coloca o médico como 'superior'. Todos os profissionais são igualmente qualificados para desempenhar suas funções, devem portanto, ter respeito para com todos os colegas no ambiente de trabalho e na vida em geral.

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  7. Em relação a imagem promíscua que vem sendo vendida, eu discordo porque a situação que faz com que as enfermeiras e o trabalho em enfermagem seja desvalorizado tem origem história com a própria divisão sexual do trabalho e a o machismo social que nos acompanha há décadas e coloca a enfermeira sempre como auxiliar do médico. Acredito que a principal questão a ser discutida e refletida é por que boa parte das enfermeiras ainda, em locais de trabalho, permitem que médicos façam de modo velado: carícias em local de trabalho? É esse comportamento que evoca a submissão delas em relação ao médico e uma suposta vulgaridade. É preciso colocar em prática a ideia de que em local de trabalho o profissionalismo deve está a frente e em caso de assédio de médicos por para com as enfermeiras em local de trabalho isso deve ser denunciado.

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  8. Os estereótipos são reflexos das diversas consequências do machismo, imposto pelo patriarcado. Uma profissão majoritariamente, essencialmente, mas não politicamente, feminina tende a sofrer com todas as mazelas oriundas de um sistema machista, e por vezes, misógino.
    Na história da Enfermagem brasileira, é perceptível a necessidade política de mulheres no trabalho, num contexto conservador foram impostas regras para a adequação destas aos serviços estipulados pelos ditos cujos, que utilizaram o poder politico, para manter sobre a força de trabalho feminina uma violência simbólica originando submissão, opressão e abusos. Um verdadeiro espelho do que acontecia ( e embora as diversas lutas não parou de acontecer) nas mais distintas relações de gênero, desde o íntimo laço matrimonial à uma conversa com um desconhecido.

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  9. A profissão sofre estereótipo com relação ao gênero e isso tem contribuição da tradição judaico-cristã que define uma dominação do homem sobre a mulher. Corrobora com este fato o papel da mulher na idade Média que era responsável por atividades de menor complexidade. Neste contexto o cuidar médico era reservado aos homens e ás mulheres restava o cuidado e a manutenção da higiene dos doentes e da ordem do ambiente, trabalho considerado sujo para os médicos que na sua maioria eram de famílias abastadas. E assim se forma esse preconceito O combate a este preconceito formado sobre a profissão de Enfermagem pode ser feito primeiramente através da identificação e conhecimento destes na população e posteriormente com a criação de estratégias de enfrentamento e divulgação da verdadeira profissão, revertendo assim ao profissional, a valorização da sociedade pelo
    seu trabalho.

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  10. A trajetória da enfermagem traz consigo diversos estereótipos e preconceitos que foram historicamente determinados e reforçados pelo fato de ser vista como uma profissão de desempenho basicamente manual, além de ter sido e continuar sendo exercida, predominantemente, por mulheres, o que leva essa prática profissional a ser socialmente desvalorizada.
    O estereótipo não se confunde com o preconceito, mas é um dos seus elementos. Este último é uma reação individual, enquanto o primeiro, predominantemente um produto cultural, é uma forma rígida e anônima reprodutora de imagens e comportamentos que categoriza e separa os indivíduos.

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  11. Conheci uma enfermeira narcisista fazia swing orgias nudismo naturismo, era pior nojeira já vo

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