Responsável
pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia
Camargo).
quarta-feira, 8 de março de 2017
O que é doula?
Foto retirada do livro A Doula no Parto - Fadynha |
A palavra doula vem do grego e significa
aquela que serve outra mulher. Na atualidade, esse termo é utilizado para a acompanhante da
gestante ou do casal “grávido”. A doula é uma pessoa que compreende e está familiarizada com os processos fisiológicos e
emocionais relacionados a gravidez e o parto.
A maternidade e o
nascimento, abrem novos horizontes para a mulher, nasce um ser único e
especial, com ele nasce uma mãe, um pai, um irmão e uma nova família. A doula é
a pessoa que está presente durante essa trajetória, nesse momento marcante, e
com a experiência que possui, pode auxiliar em vários aspectos, dando além de
apoio físico e energético, também emocional e espiritual.
É uma profissional especialmente treinada, através de cursos de capacitação, que oferece apoio
contínuo e conforto físico à parturiente durante todo o trabalho de parto. A doula tem o conhecimento de algumas terapias naturais que
amenizam o desconforto das contrações e auxiliam a mulher. Utiliza técnicas de respiração, relaxamento, posições de yoga, massagem
e métodos não-farmacológicos para alívio à dor. Já existem evidencias
científicas que comprovam que o uso de drogas durante o trabalho de parto é
prejudicial e atrapalha as etapas fisiológicas do parto natural.
O papel da
doula também é informativo e psicológico, pois está ao lado da gestante durante
toda a gravidez para tirar qualquer dúvida, indicar livros e filmes, auxiliar na
preparação para o parto e abordar temas relacionado ao puerpério
e amamentação, dando assessoria inclusive no período após o parto.
Realiza
visitas durante a gestação tendo o foco em assuntos como: etapas da evolução do
trabalho de parto, receios e temores, sentimentos vinculados a esse momento,
como se preparar física e emocionalmente para a maternidade, procedimentos que
podem ou não ser utilizados durante o parto, preferencias para o nascimento e
posições que respeitam as necessidades do corpo da mulher acima de tudo.
A doula tem o
papel de mostrar o quanto é importante o casal se empoderar, sabendo que esse
momento pertence a eles e que somente eles devem tomar as decisões. Orienta,
auxilia e pondera junto com a gestante e seu parceiro as melhores alternativas,
para o casal fazer suas escolhas de uma forma consistente e afetiva. O trabalho da doula é
extremamente elucidante, é uma caminhada para o despertar da consciência e do
poder do sagrado feminino.
O principal requisito
para ser doula é a vontade de compartilhar desse ritual de passagem que é o
parto. Qualquer pessoa que deseje pode
se tornar doula, não precisa ser
necessariamente profissional da saúde ou ser mãe ou ser mulher, hoje em dia até
os homens estão se interessando por esse tema. Se você tem afinidade com
assunto, gosta da ideia de acompanhar partos ou tem vontade de conhecer um
pouco mais sobre esse universo fascinante da parteria, vale muito a pena se
envolver nesse movimento de resgate ao parto natural.
Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).
Entrevista com Mary Lucia Galvão
Entrevista com Mary Lucia Galvão, Enfermeira Obstetra de
formação e parteira de coração, docente do curso de enfermagem da UNEB e
ativista da Humanização.
Como se deu a sua trajetória profissional enquanto
enfermeira obstetra?
Minha trajetória profissional se deu de uma forma muito
direcionada para área da saúde da mulher desde o início da minha formação. Logo
após a formação, eu escolhi trabalhar em uma maternidade pública no interior da
Bahia e descobri de uma forma singular, que eu me encaixava muito bem no
cuidado à mulher, e só muito mais tarde percebi o porquê que eu escolhi a obstetrícia.
Logo quando comecei, foi de forma muito intuitiva e amorosa, me senti seduzida
pela assistência à saúde da mulher, antes de fazer a especialização. Primeiro
fui trabalhar na maternidade apenas com a graduação e habilitação em obstetrícia
e após 3 anos de assistência na clínica de saúde da mulher, resolvi buscar uma especialização,
fui para São Paulo e fiz especialização e mestrado em obstetrícia. Mas o que
fechou de forma bem impactante a minha área na obstetrícia, foi um estágio que
fiz com uma parteira alemã, o que mudou totalmente o meu foco, a minha
identidade profissional. Foi um estágio numa ONG chamada Monte Azul, em que a
parteira trabalhava em outro modelo diferente do qual eu já tinha aprendido
durante a especialização na Escola Paulista de Medicina. Quando eu comecei a
fazer o estágio com essa parteira, percebi que existia uma incoerência entre a
minha forma de cuidar e a forma dela de assistir e cuidar da mulher, e logo
identifiquei que estávamos trabalhando com a mesma temática, saúde da mulher,
pré-natal, parto e ginecologia, mas de forma muito distinta. Então, ela me
chamou para conversar e explicou que eu estava fazendo o modelo antigo, que era
o modelo tecnocrático, e ela já trabalhava no modelo holístico. E foi ali que
minha formação se completou, digamos assim, a minha área de especialidade ficou
bem sedimentada a partir do conhecimento de outros modelos de assistência.
Portanto, minha trajetória profissional começou primeiro na assistência, depois
fiz a especialização, posteriormente esse estágio complementar, o mestrado, à
docência e eu fui me aperfeiçoando. E principalmente o que me dá hoje mais
segurança nessa área de especialidade, é a experiência acumulada durante esses
35 anos de prática em obstetrícia. Eu tenho 35 anos de formada, e desses, 32
anos com parto e 20 com parto domiciliar. Sou enfermeira na área de saúde da
mulher com foco na assistência ao parto humanizado e sou de certa forma, uma
ativista dessa causa, porque represento o ReHuNa, Rede pela Humanização do
Parto e Nascimento. E também porque atuo no ministério nessa área de
assistência ao parto em zonas rurais, capacitando parteiras tradicionais que
acumulam saberes, não capacitando na verdade, trocando saberes, e venho fazendo
isso de uma forma cada vez mais prazerosa. Foi assim que eu percorri minha
trajetória profissional, comecei no interior da Bahia, depois fui para São
Paulo, lá trabalhei por 10 anos em maternidades públicas e privadas fazendo
assistência direta ao parto normal, voltei para Bahia em 1999 e agora estou na
área de assistência a clínica e na docência.
Na sua opinião, nos últimos anos, tem ocorrido alguma
mudança nas práticas obstétricas no Brasil?
Sim, mudanças significativas. E alguns elementos para
ilustrar essas mudanças são legislações totalmente novas, a exemplo da lei do
acompanhante que desde 2005 é lei em todo território nacional. As políticas públicas
de assistência ao parto, as campanhas de incentivo ao parto normal, os
programas, como a rede cegonha, o foco na assistência a partir de Centros de
Parto Normais, os CPNs e o financiamento e apoio a cursos de enfermagem
obstétrica em todo brasil. O ministério fez isso de 1999 a 2005 e eu coordenei
3 desses cursos todos promovidos e financiados pelo governo, em parceria com as
universidades, em que formei 85 enfermeiras obstétricas. Esses inúmeros cursos
de capacitação que foram financiados pelo ministério, serviram para mudanças de
modelos assistenciais em maternidades públicas, a exemplo do que está
acontecendo no Sofia Feldman em Belo Horizonte, onde a enfermeira obstétrica é
responsável pelo parto humanizado, apresentando dados epidemiológicos muito
interessantes. Uma última pesquisa no Brasil traz dados muito significativos
sobre as mudanças obstétricas a partir do ano de 2000. Simone Diniz também tem
um artigo muito bom que fala sobre a história da humanização do parto no
Brasil, e nele aponta inúmeros avanços desde a presença da enfermeira
obstétrica na cena do parto, bem como o incentivo às boas práticas médicas
baseada em evidências e traz também todos os manuais do ministério, como o
Humaniza SUS. Até a mídia contribuiu muito, nós temos agora programas
direcionados para esse novo modelo de assistência, como por exemplo no canal
GNT o programa Boas Vindas, que aparece muita coisa esdrúxula, diria, como se
fizesse parte da humanização do parto, mas ainda assim, com os furos que o
programa apresenta, é uma forma de ampliar o debate sobre essa nova forma de
nascer no Brasil. Tem também o prêmio Galba de Araújo, que da década de 90 até
2008, deu incentivo a maternidade segura, que era um incentivo não só por
título, mas também financeiro para maternidade que conseguia dar os 10 passos para
a humanização. Esses são dados importantes dessa mudança que vem acontecendo no
Brasil, desde a década de 90, com mais ênfase agora nessa última década. E
interessante que hoje, exatamente hoje, saiu uma nova legislação no ministério
para identificar e ressaltar as violências obstétricas. Isso é muito bom, muito
interessante, é isso que eu vejo como avanço em obstetrícia.
Link do artigo de Simone Diniz
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Parto Domiciliar: Acolhimento e Respeito!
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Anticoncepcional: Mitos e verdades
Desde
que entrou no universo feminino a pílula anticoncepcional não sai da boca das
mulheres, e para algumas, esse método contraceptivo ainda é um assunto muito
polêmico, muitas mulheres tem um certo preconceito com a pílula devido a alguns
mitos que foram surgindo ao longo dos anos. É verdade que inicialmente as taxas
hormonais postas no medicamento eram bem altas, isso acontecia porque não se
sabia ao certo qual era a quantidade necessária para impedir a ovulação, com o
tempo e aperfeiçoamento as taxas foram diminuindo pois foi visto que assim o
resultado seria satisfatório. A maioria das mulheres tem algumas perguntas
sobre o uso da pílula e em uma revista online alguns ginecologistas se
dispuseram a responde-las.
Pílula engorda
As bulas de grande parte das pílulas anticoncepcionais
disponível nas gôndolas alertam que é possível observar alguma oscilação de
peso. No entanto, a maioria das marcas utilizadas atualmente apresenta baixa
dosagem hormonal, o que significa que os casos de mulheres que ganham peso por
este motivo são poucos. “Não é uma regra, a maioria das mulheres não engorda e
existe até uma minoria que emagrece. Mas algumas apresentam certo inchaço. Quem
engordar muito rápido, por exemplo, ganhar cinco quilos em dois meses, sem
nenhuma alteração aparente de rotina, deve procurar o médico para mudar a
medicação” informa a ginecologista.
Emendar duas cartelas compromete a
fertilidade
A maioria das mulheres acredita que tomar pílulas de forma
contínua, evitando assim a menstruação, pode “bagunçar” o organismo e trazer
problemas quando o desejo de ser mãe aparecer. “Não existe risco nenhum
associado a essa prática. As pílulas são de baixíssima dose. A única
recomendação para estas mulheres é que visitem o ginecologista semestralmente”,
explica a ginecologista.
É possível tomar duas pílulas de uma vez
no caso de esquecimento
A ginecologista avisa que esta crença não tem fundamento. Além
disso, o efeito da pílula é comprometido caso isso se torne um hábito. “Nestes
casos, a mulher pode tomar outra pílula em até 12h depois do esquecimento.
Passando disso, não adianta nada tomar, não fará efeito algum”, explica. No
entanto, a especialista conforta as “esquecidinhas”: “se ela esquecer de tomar
uma única pílula, não tem o risco real de engravidar, exceto no caso das
meninas mais jovens, que estão muito férteis. Em todo caso, aconselhamos que, a
partir do esquecimento, ela use a camisinha até que termine a cartela, apenas
por excesso de zelo”, pontua.
Alguns remédios podem anular o efeito do
anticoncepcional
De acordo com a ginecologista, essa afirmação é verdadeira,
especialmente no caso dos antibióticos. “Os remédios são metabolizados juntos
no fígado. Então, se o organismo tiver que escolher um dos dois para
metabolizar, ele vai priorizar o antibiótico”, explica. A camisinha nunca é
dispensável e se faz ainda mais importante para as mulheres que estão fazendo
uso de alguma medicação.
Outro assunto que também é muito comentado
nesse meio é, se as pílulas aumentam o risco de desenvolver trombose. De acordo
com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que usam
anticoncepcionais contendo drospirenona, gestodeno ou desogestrel (caso das
pílulas) têm um risco de 4 a 6 vezes maior de desenvolver tromboembolismo
venoso, em um ano, do que as mulheres que não usam contraceptivos hormonais
combinados. De qualquer forma, segundo os médicos especialistas, se não há
outros fatores de influência, o risco ainda assim é pequeno.
“Os benefícios dos anticoncepcionais na
prevenção da gravidez continuam a superar seus riscos. Além disso, os riscos de
eventos como trombose envolvendo todos os contraceptivos orais combinados é
conhecidamente pequeno”, informou a Anvisa.
Mesmo com a pequena
chance, a possibilidade de efeitos colaterais é o principal argumento dos
médicos para que as mulheres não escolham a pílula por conta própria. Antes de
receitar o anticoncepcional ideal, o ginecologista deverá fazer um questionário
para ver se a paciente tem alguns dos fatores que podem desencadear problemas
pelo uso da pílula e aumentar a probabilidade de ter uma trombose, entre outras doenças.
Ainda segundo a Anvisa,
“antes do início do uso de qualquer contraceptivo, deve ser realizado minucioso
histórico individual da mulher, seu histórico familiar e um exame físico
incluindo determinação da pressão arterial. É importante também perguntar se a
paciente toma qualquer outro medicamento que possa interagir com os hormônios
da pílula, por exemplo, pacientes que tomam anticoagulantes exatamente para
evitar a trombose, não é indicado o uso de pílula.
Existem muitas outras
dúvidas envolvendo o uso da pílula, o mais indicado é procurar um ginecologista
para se informar mais sobre o assunto e evitar tomar remédios sem indicação. A
camisinha ainda é o método contraceptivo mais seguro e eficaz, mesmo para aquelas
mulheres que tomam pílula para não engravidar, é a camisinha a responsável por
impedir as doenças sexualmente transmissíveis. Tomar medicamento de base
hormonal pode causar alguns problemas a longo prazo, mesmo com taxas baixas,
além de que sabemos que hormônios tem base lipídica e isso pode influenciar no
aparecimento de varizes e celulites, além de influenciar na trombose (mesmo que
seja de baixo risco). Não existe método 100% seguro para prevenção, mas com os
cuidados necessários é possível manter a saúde e o bem-estar do corpo.
Fontes
de pesquisa:
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Cientistas usam maçã para criar tecido humano para transplante
Para a imensa maioria da
população mundial, maçã serve para comer. Mas, para o biofísico canadense
Andrew Pelling, a fruta tem outras finalidades. Pelling é professor da Universidade
de Ottawa, no Canadá, e vem usando não só a maçã, mas outras frutas, verduras,
legumes e até flores para ajudar a reconstruir o corpo humano. Por trás disso,
está a intenção de desenvolver métodos mais novos e baratos da chamada medicina
regenerativa.
Em um experimento recente,
Pelling e sua equipe removeram as células e o DNA de uma maçã, até sobrar
apenas a sua estrutura de celulose - a mesma que deixa a fruta crocante.
Existente na maioria dos vegetais de característica fibrosa, a celulose é
responsável por dar a rigidez e firmeza às plantas e não é digerida pelos seres
humanos. Os cientistas constataram, então, que essa estrutura se mostrou
efetiva para o implante de células vivas em laboratório, incluindo células
humanas. Em um segundo momento, a equipe esculpiu maçãs em formato de orelha, e
usou as estruturas de celulose resultantes para implantar - nelas - células
humanas, recriando "orelhas".
"Trata-se de um material de
baixo custo com o qual você criar diferentes estruturas. Ele abre várias
possibilidades para a medicina regenerativa", diz Pelling em entrevista à
BBC.
Esse tipo de suporte para fazer
implantes em pacientes com tecidos danificados ou doentes é uma ferramenta
essencial para a medicina regenerativa. Médicos e dentistas usam essas
estruturas para fazer enxerto de pele e de osso, e para reparar joelhos
danificados, ligamentos e gengivas. Mas os produtos disponíveis no mercado
podem ser muito caros - entre US$ 30 a US$ 1,5 mil por centímetro quadrado ─ e
são normalmente derivados de animais ou cadáveres humanos já a estrutura feita
a partir da maçã custa centavos de dólar, para conduzir o experimento, Pelling
transplantou as estruturas de celulose em uma cobaia e observou a formação de
vasos sanguíneos.
Pelling espera poder desenvolver
materiais de baixo custo e "de código aberto" (ou seja, capaz de ser
adaptado e aperfeiçoado por outros cientistas) que ajudem a impulsionar a
revolução.
"O próximo desafio é saber
se poderemos trabalhar com organismos mais complicados, órgãos, músculos ou
ossos", afirma.
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