quarta-feira, 8 de março de 2017

Cientistas usam maçã para criar tecido humano para transplante



Para a imensa maioria da população mundial, maçã serve para comer. Mas, para o biofísico canadense Andrew Pelling, a fruta tem outras finalidades. Pelling é professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, e vem usando não só a maçã, mas outras frutas, verduras, legumes e até flores para ajudar a reconstruir o corpo humano. Por trás disso, está a intenção de desenvolver métodos mais novos e baratos da chamada medicina regenerativa.

Em um experimento recente, Pelling e sua equipe removeram as células e o DNA de uma maçã, até sobrar apenas a sua estrutura de celulose - a mesma que deixa a fruta crocante. Existente na maioria dos vegetais de característica fibrosa, a celulose é responsável por dar a rigidez e firmeza às plantas e não é digerida pelos seres humanos. Os cientistas constataram, então, que essa estrutura se mostrou efetiva para o implante de células vivas em laboratório, incluindo células humanas. Em um segundo momento, a equipe esculpiu maçãs em formato de orelha, e usou as estruturas de celulose resultantes para implantar - nelas - células humanas, recriando "orelhas".

"Trata-se de um material de baixo custo com o qual você criar diferentes estruturas. Ele abre várias possibilidades para a medicina regenerativa", diz Pelling em entrevista à BBC.

Esse tipo de suporte para fazer implantes em pacientes com tecidos danificados ou doentes é uma ferramenta essencial para a medicina regenerativa. Médicos e dentistas usam essas estruturas para fazer enxerto de pele e de osso, e para reparar joelhos danificados, ligamentos e gengivas. Mas os produtos disponíveis no mercado podem ser muito caros - entre US$ 30 a US$ 1,5 mil por centímetro quadrado ─ e são normalmente derivados de animais ou cadáveres humanos já a estrutura feita a partir da maçã custa centavos de dólar, para conduzir o experimento, Pelling transplantou as estruturas de celulose em uma cobaia e observou a formação de vasos sanguíneos.

Pelling espera poder desenvolver materiais de baixo custo e "de código aberto" (ou seja, capaz de ser adaptado e aperfeiçoado por outros cientistas) que ajudem a impulsionar a revolução.

"O próximo desafio é saber se poderemos trabalhar com organismos mais complicados, órgãos, músculos ou ossos", afirma.


Responsável pela publicação: Grupo 10 (Fernanda Figueiredo, Juliana Lima e Sofia Camargo).

3 comentários:

  1. Muito bom trazer essa informação ao blog, algo novo e surpreendente. Quando se fala em medicina regenerativa o meu pensamento vai logo para "células tronco", e o de quem não!? Seria muito bom ter outras alternativas, principalmente quando se traz um baixo custo junto a isso. E até porque há toda uma polêmica que envolve as células tronco embrionárias, onde religião e ciência se embatem. O interessante é que além de baixo custo, se fala em "código aberto", e isso é inovador! A pesquisa não fica restita e pode ter alcance de forma mais rápida e eficiente, "a próxima evolução de tratamentos médicos" pode está mais próxima do que se imagina.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A medicina vem se desenvolvendo cada vez mais, isso nos da esperança de dias melhores, em relação a saúde, vê uma noticia dessas é muito confortante ainda mais sabendo que há um baixo custo nessa nova descoberta o que torna ainda mais acessível a população.

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