Profissionais de saúde têm sido vítimas constantes de violência no
ambiente de trabalho. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina
do Estado de São Paulo (Cremesp) e pelo Conselho Regional de Enfermagem de São
Paulo (Coren-SP) mostrou que 75% dos médicos e enfermeiros do estado já
sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Em primeiro lugar,
foram relatados casos de violência verbal, seguidos de agressão psicológica e,
por fim, física.
A
pesquisa foi realizada com 5.658 médicos e profissionais de enfermagem no
início do ano. O levantamento concluiu que a maioria dos casos de violência
ocorreu no Sistema Único de Saúde (SUS). No geral, os principais agressores
foram familiares ou acompanhantes de pacientes, seguido pelos próprios
pacientes, durante o atendimento.
Falta de
preparo
Para
Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp, os médicos não são preparados, em
sua formação, para lidarem com pacientes que os contestam, o que gera conflito.
“A
violência é universal, mas no sistema privado é mais comum haver uma resposta a
isso, como a criação de centros de acolhimento. No SUS, não há esse suporte.”,
disse Luna Filho, durante o Encontro das Comissões de Ética de Medicina e de
Enfermagem.
Apesar
disso, a maioria (cerca de 70%) dos profissionais não fez nenhum tipo de
denúncia. As principais razões para a omissão entre os médicos foi “não
acreditar que a denúncia fosse levada adiante pelas autoridades” e
“dificuldades para efetivar o registro das denúncias”. Já entre os enfermeiros
foi pela “ausência de políticas de proteção às vítimas” e “medo de perder o
emprego”.
Entre os
enfermeiros que denunciaram, a maior parte o relatou o ocorrido para a chefia
imediata, no entanto, poucos (17,4%) disseram que a situação foi resolvida.
Para os médicos, foi questionado se o profissional continuou trabalhando no
mesmo local: 66,5% disseram que sim, pois conseguiram superar o ocorrido. Por
outro lado, quando questionados se a violência ainda acontece no local de
trabalho, 63,9% dos médicos e 62,7% dos enfermeiros entrevistados disseram que
sim.
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Fonte: http://veja.abril.com.br/saude/75-dos-medicos-e-enfermeiros-de-sp-sofrem-violencia-no-trabalho/
Link da noticia : https://www.enfermagemadistancia.com.br/papo-de-enfermagem/post/68/75-dos-profissionais-de-saude-ja-sofreram-algum-tipo-de-violencia
Responsável pela publicação: Grupo 15 (Fernanda Castro e Vanessa Di Piero)
Gostei da abordagem desse tema que é de extrema importância para nossa reflexão. Lembrei um pouco da palestra de Cristina na semana passada sobre assédio no trabalho. É um pouco diferente a abordagem, mas são assuntos que estão ligados e merecem atenção, pois interferem diretamente no estado emocional e psicológico do profissional e sua satisfação com o trabalho. No caso da violência sofrida, por enfermeiras e médicos, pelos pacientes e seus familiares, muito está relacionada ao atendimento prestado por esses profissionais. Com certeza ao realizar um atendimento atencioso, humanizado e acolhedor, receberão de volta o mesmo tipo de tratamento, isso é natural. Porém, como ja foi discutido anteriormente, a carga horária de trabalho, com plantões excessivos e baixos salários, no caso da enfermagem, muitas vezes podem dificultar essa postura acolhedora. Mas isso não é e não pode ser justificativa para o distrato aos pacientes. No caso dos médicos, achei bem interessante o que foi dito na publicação, que se trata de uma classe profissional que não está acostumada e nem gosta de ser contrariada ou questionada. São os semi deuses, os possuidores da razão, logo, não podem ser em hipótese alguma contestados. Portanto, acredito que deve-se abrir sim a discussão sobre violência dentro do ambiente de trabalho, mas antes de qualquer coisa, é necessário fazer o debate entre os profissionais de saúde sobre sua postura no atendimento e o que pode estar levando índices tão altos (75%) de violência no trabalho.
ResponderExcluirÉ muito importante falar e relembrar esse tema de violência no trabalho, pois como vimos na reportagem existe uma porcentagem muito grande dessa violência contras os profissionais de saúde e isso deve ser discutido, buscando assim alternativas para o fim dessa problemática no ambiente de trabalho. Pois os profissionais já enfrentam grandes dificuldades em relação as condições precárias de trabalho, baixo reconhecimento, baixos salários e enfrentar portanto a violência acaba acarretando problemas ainda maiores, na vida do profissional.
ResponderExcluirEu acredito que além de os médicos não terem uma formação que saiba lidar com conflitos, não tem uma formação humanística e isso acaba gerando uma violência dos dois lados. Todos sabemos que o atendimento que é prestado no serviço público, principalmente pelos profissionais de medicina. tá sendo longe do ideal e esse violência pode ser, o que não justifica NUNCA, apenas uma forma do paciente reivindicar pelos seus direitos.
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