Os
estudos de abrangência nacional sobre a enfermagem foram realizados em
1956/1958 (ABEN) e em 1982/1983 (COFEN). O mais recente só foi publicado em
2015, resultante da parceria entre resultado de uma parceria entre a FIOCRUZ,
COFEN, Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e
Ministério da Saúde, intitulado Perfil
da Enfermagem no Brasil. A pesquisa reconhece que é imperativo conhecer a
estrutura e dinâmica da enfermagem no Brasil, de forma a considerar suas
características próprias, assim, seu objetivo principal é a análise da atual
situação da profissão no país e compreender sua dinâmica no recente contexto
socioeconômico e político.
Cerca
de 1,7 milhões de trabalhadores (entre enfermeiros, técnicos e auxiliares)
responderam a um questionário enviado pelo correio que abordou sete blocos:
Identificação Socioeconômica; Formação Profissional; Acesso à Informação
Técnica Científica; Mercado de Trabalho; Satisfação no Trabalho e Relacionamento;
Participação Sócio Política.
A
pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil aponta a seguinte distribuição por
região dos profissionais de enfermagem: Sudeste – 55,6%, Nordeste – 17,2%, Sul
– 13,2%, Norte – 7,7%, Centro-Oeste – 6,3%. Conclui que o quadro atual da
enfermagem no Brasil hoje é composto por 20% de enfermeiros e 80% de técnicos e
auxiliares.
Segundo
os dados disponíveis na página virtual do COFEN, na sessão Enfermagem em Dados,
atualmente existem 453.216 enfermeiros em todo o território nacional. São Paulo
(115.301), Rio de Janeiro (48.371), Minas Gerais (44.485),
Bahia (30.587) e Rio Grande do Sul (22.870) são os cinco estados que mais
possuem enfermeiros, enquanto Roraima (1.348), Amapá (1.601) e Acre
(1.970) são os que possuem menor número de enfermeiros. O gráfico abaixo
apresenta os estados brasileiros com os maiores e menores contingentes de
enfermeiros, segundo dados do COFEN. A tabela abaixo apresenta o quantitativo e
enfermeiros por Estado brasileiro de acordo com dados da página Enfermagem em
dados (COFEN):
DISTRBUIÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
DISTRBUIÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
O Perfil
da Enfermagem no Brasil aponta a seguinte distribuição das equipes de
enfermagem no quesito do mercado de trabalho:
Em
relação ao mercado de trabalho a pesquisa aponta também a questão do desemprego
aberto. 65,9% dos entrevistados afirmam já ter tido dificuldade de encontrar
emprego, enquanto 10,1% relataram situações de desemprego nos últimos doze
meses e 21,1% relataram mudança de emprego nos últimos doze meses.
Em
relação à principal vinculação profissional 56,8% trabalham em hospitais, 17,7%
em unidades básicas, postos e centros de saúde, 11,2% em unidades de urgência e
emergência.
A
pesquisa aponta que a enfermagem é uma profissão majoritariamente feminina,
composta por 84,6% de mulheres, mas destaca que a partir da década de 90 houve
uma tendência de crescimento da participação masculina na categoria.
REFERÊNCIAS:
http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/pesquisa-inedita-traca-perfil-da-enfermagem-no-brasil
http://andromeda.ensp.fiocruz.br/perfildaenfermagem/apesquisa.php
http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/QUADRO_RESUMO_DA_PESQUISA.pdf
http://se.corens.portalcofen.gov.br/enfermagem-em-dados
REFERÊNCIAS:
http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/pesquisa-inedita-traca-perfil-da-enfermagem-no-brasil
http://andromeda.ensp.fiocruz.br/perfildaenfermagem/apesquisa.php
http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/QUADRO_RESUMO_DA_PESQUISA.pdf
http://se.corens.portalcofen.gov.br/enfermagem-em-dados
Responsável pela publicação: GRUPO 01 (Camila Martins, Camila Santana e Raquel Araujo).
O que mais me chamou atenção é foi o fato de que a pesquisa procura acentuar o debate de gênero dentro da classe enfermeiros e enfermeiras.Imperioso é reconhecer a historicidade da proeminência de mulheres enfermeiras sobre os homens enfermeiros,visto que esta era uma das poucas funções designadas para as mulheres durante toda a idade média e que se acentuou durante a primeira e segunda guerra mundial.
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ResponderExcluirCreio que o número de enfermeiros pode ta relacionado também a o número de habitantes das áreas, mas claro sem desconsiderar como se da o acesso aos cursos. A questão do desemprego me surpreendeu, mas creio que seja também pela grande quantidade de instituições que disponibiliza cursos de enfermagem, formando muitos habilitados a exercer a profissão, deixando o mercado de trabalho mais competitivo.
ResponderExcluirNão me surpreende que a maioria dos profissionais esteja concentrada em São Paulo e que a maioria é composta por técnicos de enfermagem, mas, nesse último ponto, os números me surpreenderam: não imaginava que a diferença era tão grande assim.
ResponderExcluirEm relação ao mercado de trabalho, já é uma realidade tristemente conhecida, desde a universidade (ou antes), a respeito das dificuldades enfrentadas.
E por falar em universidade, foi só após entrar no curso que eu comecei a ter noção a respeito das áreas de atuação da enfermagem, o que não a limita apenas aos hospitais. Entretanto, de acordo com a pesquisa, mais da metade dos enfermeiros vincula-se a hospitais. Minha visão limitada foi parcialmente justificada, rs.
A valorização da categoria é uma emergência visto a importância da(o) enfermeira(o) e a necessidade por profissionais nos hospitais e postos de saúde. 80% são profissionais a nível técnico/médio, as funções exercidas são de extrema necessidade para que o sistema de saúde possa progredir(como por exemplo a construção de dados epidemiológicos ou mesmo acompanhamento de pacientes em hospitais, ou então de famílias em postos de saúde) valorização, melhor remuneração e meios de trabalho são extramamente necessários para tais trabalhadores.
ResponderExcluirA valorização da categoria é uma emergência visto a importância da(o) enfermeira(o) e a necessidade por profissionais nos hospitais e postos de saúde. 80% são profissionais a nível técnico/médio, as funções exercidas são de extrema necessidade para que o sistema de saúde possa progredir(como por exemplo a construção de dados epidemiológicos ou mesmo acompanhamento de pacientes em hospitais, ou então de famílias em postos de saúde) valorização, melhor remuneração e meios de trabalho são extramamente necessários para tais trabalhadores.
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ResponderExcluirEu realmente imaginei que o número de técnicos em enfermagem fosse superior ao número de enfermeiros mas não achei que fosse tanto assim. Devido a facilidade e a rapidez do curso técnico, torna esses profissionais mais presentes. Outra coisa é o número de enfermeiros presentes em São Paulo, mas acho válido também avaliar o número de habitantes do estado, já que sendo assim, ocorre mais ou menos o equilíbrio. Notando assim a carência da profissão em outros estados deveria ser feito uma pesquisa a respeito do motivo desse deficit em profissionais: A universidade está formando enfermeiros?
ResponderExcluirEles estão permanecendo no estado ou vieram apenas para cursar a faculdade?
Os nativos tem interesse no curso, se sim, porque não conseguem chegar até a universidade? Escolas de baixa qualidade ou uma desvantagem com relação ao ensino de outros estados?
Acredito que todas essas questões venham a ajudar a entender um pouco melhor o porque dessa distribuição desigual
Me surpreendi com o número de desempregos mas creio que esteja relacionado ao número de profissionais que crescem tendo relação com o aumento dos cursos de graduação de Enfermagem e as oportunidades ofertadas a entrada a Faculdades através de programas sociais como o PROUNI e o FIES aumentando a competitividade e a procura por uma maior capacitação como o Mestrado. Além disto,percebe-se também que a exemplo de São Paulo deter o maior contingente de Enfermeiros é em relação ao grande número de cursos de graduação aproximadamente 200 na área. A falta desse profissional em unidades básicas de saúde principalmente no interior implica em uma desorganização da avaliação e promoção da saúde, suscitando a valorização e o conhecimento da Enfermagem pela sociedade
ResponderExcluirMuito interessantes esses dados e ao mesmo tempo fiquei pensativa em relação a saúde da região norte. Devido a falta de recursos e de condições viáveis para exercer a profissão, os profissionais de saúde, na maioria das vezes, saem dos estados da região norte ou não querem ir para lá, tornando assim uma região precária em qualidade de saúde. E por culpa do descaso dos governantes que não veem interesse em mudar essa situação, a população e os mais pobres, pagam o preço de viver sem um serviço de saúde digno.
ResponderExcluirEssas pesquisas nos tornam capaz de analisar a distribuição do profissional no território nacional, evidenciando a íntima relação entre quantidade de profissionais e desenvolvimento social e econômico da região. É destacável ainda, a discrepância entre a quantidade de enfermeiros nos hospitais e nas unidades de atendimento de urgência e emergência, tornando pertinente discutir as motivações dessa diferença.
ResponderExcluirDados bastante completos que permitem analisar vários aspectos da profissão: a quantidade de enfermeiros na região Norte afirma a premissa de que a saúde não chega nas áreas de difícil acesso, estando esta, portanto, ainda engatinhando em direção à equidade; o modelo hospitalocêntrico é hegemônico e capitalista, visto que a grande massa dos enfermeiros almeja trabalhar nestes centros e não em unidades básicas ou postos de saúde, principalmente, por questões financeiras em detrimento das questões sociais, como por exemplo, oferecer os serviços de saúde às pessoas que pouco tem acesso; por fim, o número de enfermeiro é pequeno tendo em vista que, por exemplo, na região Norte a média de enfermeiros por habitantes é de 0,94, porém, ainda assim estes sofrem com o desemprego, creio eu que por dois motivos: a redução do número de enfermeiros nos hospitais, encarregando assim um mesmo enfermeiro do papel de vários; e a disputa por empregos nos grandes centros urbanos, nos quais estão concentrados a maioria dos profissionais, visto que tem melhores salários e prestígio do que na Região Norte, por exemplo, que tanto precisa de profissionais.
ResponderExcluirMe chamou bastante atenção na postagem a carência de enfermeiras nos estados: Roraima, Amapá e Acre. É necessário que tal contingente cresça, pois devemos levar em conta que o papel dos profissionais em enfermagem são amplos, vão desde a prevenção à tratamentos complexos.
ResponderExcluirÉ fundamental destacar a importância dos técnicos e auxiliares, pois somam 80% no cuidado em postos de saúde e hospitais, além de terem uma parceria ( que deve se cada vez mais efetiva) com as enfermeiras, gerando harmonia em toda parte do atendimento.
O fato da profissão ser majoritariamente feminina tem em si o apoio histórico que até hoje prega- se que a enfermagem é uma profissão de mulheres, quadro que vem mudando desde a década de 90, e deve mudar cada vez mais. É preciso somar forças, as profissionais de enfermagem, juntamente com as estudantes devem lutar pelos nossos direitos, valorização e respeito.
É interessante - e por interessante, eu quero dizer estressante - ver como a maior parte dos profissionais de Enfermagem são mulheres, e, ainda assim, os homens recebem muito mais do que as mulheres. Ou seja, além de ser um emprego que, ultimamente, sendo subvalorizado, não ser pago bem, o salário da mulher consegue ser ainda mais baixo! Apesar de grande mobilização para uma mudança neste quadro, a disparidade salarial entre homens e mulheres enfermeiros continua existindo, o que, francamente, não faz o menor sentido.
ResponderExcluirUm pouco mais para ler sobre o assunto: http://www.valor.com.br/carreira/3979028/homens-ganham-mais-mesmo-quando-sao-minoria-na-profissao-diz-estudo
O que me chamou bastante atenção foi o fato de a área do Norte ser a com menor concentração de profissionais da enfermagem, o que me acometeu a refletir sobre o quão essa área pode ser bem mais desprovida de oportunidade para que as pessoas se capacitem e ingressem no mercado de trabalho.Isso também implica na precariedade do atendimento, pois torna muito desproporcional o número de pacientes em relação ao número de profissionais para realizar atendimentos. Outro ponto que já tinha certo conhecimento, mas que não imaginava uma percentagem tão alta, foi a quantidade de mulheres predominantes na área da enfermagem. Espero que essa realidade possa mudar, e a Enfermagem deixe de ser vista como uma profissão restrita as mulheres, como era na idade média!
ResponderExcluirEnquanto alguns estados do país há uma grande concentração de enfermeiros o que deixa o mercado de trabalho saturado , em outros como na área norte há uma pequena concentração. O que me chamou a atenção foi por qual motivo existe está discrepância ?
ResponderExcluirNão me surpreende que a enfermagem seja uma profissão majoritariamente feminina. Isso porque seu início foi baseado nas práticas de cuidado, onde a mulher era a responsável pelo zelo familiar, que descobriu "chás de cura" e plantas que aliviavam uma dor de barriga, por exemplo. Com o tempo, e com a inserção das práticas de cuidado dentro do profissional, homens também passaram a exercer a profissão. Creio que esse número só tem a aumentar, visto que a demanda por profissionais de saúde cresce, e que a diferença quantitativa entre o número de profissionais em cada Estado grande.
ResponderExcluir*é grande.
ExcluirPodemos perceber um número muito grande de profissionais de enfermagem, mas o que me chama mais a atenção é saber que mesmo com tantos profissionais no Brasil, a profissão é ainda pouco reconhecida e são poucos os profissionais que lutam por melhorias e salários mais dignos, como já discutimos em sala, poucos se filiam a sindicatos e vão a luta por seu direitos.
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