Os atendimentos hospitalares a pacientes suicidas constituem
emergências psiquiátricas frequentes e acontecem de forma a tratar suas
necessidades essenciais de desintoxicação e intervenções médicas sem
proporcionar um atendimento e suporte psicológico ou psiquiátrico adequado que
leve em conta os aspectos individuais e peculiares de cada caso.
Existe um despreparo dos profissionais para lidar com esses
pacientes, o que deve a falta de treinamento especifico e formação profissional
com embasamento aos aspectos psicoemocionais e sociais, o que justifica o
menosprezo e até mesmo a ironia no atendimento aos casos de tentativa de
suicídio.
A sensibilidade durante a abordagem do suicida é fator
determinante para a construção de um vínculo equilibrado e saudável, ponte de
referência para construir um elo de representação social normal. Nesse ponto, o
enfermeiro tem um papel fundamental, pois é quem, de toda a equipe de saúde tem
maior proximidade com o paciente, fragilizado diante da doença, reconhecendo
suas necessidades e estando por perto, mesmo em situações de morte. (Bernoliel,
1972)
Alguns dados relevantes:
- O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior incidência de suicídios, ultrapassando o número de 12 mil casos por ano
- Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil suicídios foram registrados em 2015 em todo o mundo, dos quais 75% em países de média e baixa renda.
- Nos últimos 10 anos, a taxa de suicídio cresceu mais de 40% entre brasileiros de 15 a 29 anos.
- Mais de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo. No Brasil, o último dado do Ministério da Saúde mostra que em 2014 foram mais de 10.600 casos no pais.
- A ingestão de pesticida, enforcamento e armas de fogo estão entre os métodos mais comuns de suicídio em nível global.
- OMS diz que mais homens cometem suicídio que mulheres.
- O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos), seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
- A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e apenas 28 países do mundo possuem planos estratégicos de prevenção.
Referências: www.bbc.com; www.portaleducacao.com.br;
www12.senado.leg.br; www.g1.globo.com.
Responsável pela publicação: Grupo 03 (Daniela Bispo, Jamile Amorim, Thalita Barreto).
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ResponderExcluirAinda não entendi o motivo de a mídia fechar os olhos para esse assunto. Não só a mídia, na verdade! O despreparo de profissionais de saúde para lidarem com a questão psicológica ou psiquiátrica já indica um certo fechar de olhos. Suicídio pode ser um assunto delicado, mas é uma realidade, e muito séria. Uma situação que deve ser encarada e levada a um planejamento de prevenção, combate, apoio, ou o que quer que seja. Acredito que a maioria das pessoas com comportamento suicida sentem-me desamparadas, praticamente sem apoio algum. Caso não tenham um relacionamento familiar, ou mesmo de amigos, muito forte, pode realmente acabar em tragédia. O único lugar que tive oportunidade de conhecer que dá algum apoio a pessoas com esse tipo de comportamento foi o CIAVE, que é composto por apenas sete (ou oito?) profissionais de saúde e ainda está sofrendo vários cortes.
ResponderExcluirComentário maravilhoso!!! Seu ponto de vista sobre o assunto é muito bom !!! Concordo plenamente com sua posição !! 😊😊
ExcluirDesconhecia o ranking e a posição assustadora do Brasil na taxa de suicídios. Em relação a atuação do profissional de saúde é verídico que a Enfermagem tem uma maior aproximação( embora exista as relações interpessoais que dificultam a aproximação)com o paciente mas também é fato a inexistência de uma maior ou uma capacitação psicológica do profissional e deste em atuação do cuidado em situação de suicídio preservando os princípios norteadores da enfermagem
ResponderExcluirUma das principais causas do suicídio é a depressão, e já é fato consumado que a depressão é o mau do século. As estatísticas não me surpreendem; o que me assusta, no entanto, é a falta de mobilização para tratar do assunto. É notório o despreparo das pessoas e, mais importantemente, dos profissionais de saúde para lidar com pessoas que tentaram cometer suicídio. Ainda existe um grande estigma na sociedade, um grande preconceito que torna o suicídio um assunto tabu o suficiente para ser mantido longe da mídia imediatista. Acredito que o motivo seja para não instigar mais casos, mas esse motivo me parece um tanto fraco. Acho que uma mobilização para diminuir os índices seria muito mais efetiva.
ResponderExcluirOutro ponto muito importante, também, é a questão do despreparo dos profissionais de saúde. Apesar de eu acreditar que o descaso vem, na sua maior parte, da natureza da própria pessoa, como lidar com suicídio não é algo para qual o profissional é preparado para fazer quando está se formando, se especializando. Além disso, com a pouca quantidade de profissionais de enfermagem trabalhando para um grande número de pacientes, as chances de um enfermeiro conseguir se conectar com um paciente que tentou cometer suicídio são praticamente inexistentes. É uma falha do sistema, acredito eu.
Conhecemos, na visita ao CIAVE, o Núcleo de Prevenção do Suicídio, que agora passou a ter uma importância ainda maior para mim, tendo que vista que nos dados apresentados a ingestão de pesticidas está entre as práticas mais comuns. O suicídio precisa ser conversado para, principalmente, desconstruir a visão do suicida como uma pessoa louca, fora da sua sanidade mental, quando na verdade são pessoas comuns, que muitas vezes estão presentes no nosso cotidiano e nem nos damos conta do que ela carrega em si, e muito menos que o peso do que elas carregam pode leva-la ao suicídio. Nem sempre as causas que levam ao suicídio são transtornos mentais, como a depressão, os problemas familiares ou financeiros também estão como uma das causas principais, tendo que vista que o suicida busca uma alternativa para os problemas, imaginando ser o suicídio a mais rápida.
ResponderExcluirPrecisamos quebrar esse tabu! Não adianta ocultar os casos de um problema de saúde pública, precisamos conversar sobre o suicídio com a população!!
A nossa visita ao CIAVE foi muito esclarecedora. Passamos a enxergar o suicídio e vários outros males psicológicos de outra forma. É preciso que ocorra uma desmistificação do suicídio, é preciso falar sobre o assunto não somente como caso de saúde pública mas como um assunto de grande importância para todos nós, afinal todos estamos sujeitos a sofrermos de qualquer problema psicológico.
ResponderExcluirDevemos focar cada vez mais no assunto, expor os dados, fazer campanhas, conversar. É difícil entender o que se passa pela cabeça de quem comete/ já tentou o suicídio, é preciso que tenhamos sensibilidade ao abordar sobre o assunto e ajudar quem tanto sofre com este mal.
Um fator que me chamou muita atenção é que geralmente em hospitais particulares não são registrados casos de morte por suicídio, pois quando esta é notificada o plano de saúde nega o custeio dos gastos hospitalares, o que é um absurdo, uma outra postura deve ser tomada.
Concordo com você Elis uma das causas para o número tão alto é a falta de debates e informação a população alertando sobre o agravo.
ExcluirFernando Sabino faz a melhor definição do que ocorre com uma pessoa que atenta contra a própria vida. Ela perdeu tudo, só não a vida. A falta de expectativa destrói um ser humano. Nós vivemos de planejamentos, organizados ou não, sempre estamos pensando no que precisamos fazer a cada minuto (mesmo que seja descansar). A partir do momento que você não ver saídas, soluções ou ferramentas para mudanças, você se desespera. Quantos de nós não passamos pela crise da adolescência de descobrirmos quem realmente somos? Ou quantos de nós não se assustaram e/ou se assustam ao se deparar com a vida adulta e as responsabilidades? Quantos de nós não tivemos/temos vontade de chorar e gritar perante um problema. Não é tão difícil entender o que ocorre com alguém que comete tal ato desesperador.
ResponderExcluirSomos educados para sermos profissionais eficientes, porém muitas vezes nos preocupamos tanto com a eficiência que esquecemos de levantar o olhar e ver alguém em nossa frente que muitas vezes só quer que lhe pergunte o nome, ou se ela está se sentindo melhor.
Acredito, que capacidade para lidarmos com essas situações, todos temos, mas para isso precisamos nos lembrar que somos profissionais e somos HUMANOS. Basta buscarmos na nossa essência, que encontramos compaixão para apenas olhar o outro.
OBS: Claro, que a formação é essencial para definir limites e lhe ensinar a não absorver todos os problemas de todos os pacientes. A formação profissional para lidar com tentativa de suicidio é importante para que possamos desenvolver técnicas que nos direcionem melhor nessas situações. Contudo, acredito que um fator importante, a compaixão, já temos ou pelo menos deveríamos ter.
Enquanto esse pacto com a mídia, de não se falar em suicídio, permanecer vigente, as taxas tem a tendência a aumentar cada vez mais. Se nem os profissionais de saúde sabem lidar com o comportamento suicida, quem dirá os familiares, que muitas vezes fecham os olhos para os sinais prévios. A partir do momento que se quebrar esse tabu, será possível realizar campanhas articulando profissionais de diversas áreas, como serviço social, psicologia e enfermagem, com instituições e familiares. É importante divulgar sim, que o Brasil é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, e isso é um problema de saúde pública! Quando a população começar a ter essa consciência, aí sim poderemos iniciar um debate sobre as características do comportamento suicida e como se deve orientar a família e os profissionais que irão atender as pessoas com esse perfil. Bote a boca no trombone Brasil!
ResponderExcluirO tabu e os estigmas relacionados a suicídio impedem a detecção precoce do problema e concordo com você , muitos profissionais da saúde não são capacitados para lidar com depressão,suicídio e entre outras.Através disso podemos até imaginar o quanto é complicado para um cidadão comum compreender e desconstruir os estigmas a cerca do tema.
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ResponderExcluirInformação derruba barreiras e pode salvar vidas! Precisamos falar sobre suicídio, chega de fecharmos os olhos para essa realidade que nos cerca. Na visita ao CIAVE, conhecer o Núcleo de Prevenção do Suicídio reforçou mais ainda a ideia que tinha sobre esse assunto: precisamos parar e ouvir aqueles que estão ao nosso redor sem criticar, não reagimos igualmente diante da dor, o que pra nós pode ser relevante, para o outro pode ser desesperador. O suicida não quer se matar, quer matar a dor. Devemos nos informar mais sobre esse assunto, procurar sim saber o quanto isso é um agravo em nossa sociedade, é questão de saúde pública!A falta de preparo dos profissionais de saúde para atuar diante de situações de tentativa de suicídio é também um grande problema e revela que ainda devemos melhorar e muito a formação dos mesmos. O setembro amarelo é uma das poucas iniciativas que alertam sobre essa realidade, mas devemos praticar esse cuidado em todos os meses e não apenas durante a campanha. Tire um tempinho e escute o próximo, você pode salvar uma ou mais vidas com essa simples atitude!!
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