Isso mesmo caros leitores
vocês não leram errado!
Essa pesquisa com curativo biológico é realizada desde 2014, mas a
aplicação em pessoas se iniciou no ano de 2016 e possui vantagens com relação
ao tratamento usual.
O hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, já utiliza o
método de tratamento de queimadura com pele de peixe em 56 pacientes. O
tratamento com o "curativo biológico" é aplicado em pessoas desde
2016, no Núcleo de Queimados da unidade.
Uma das
pacientes foi Letícia Basiliano, que sofreu uma queimadura de 3º grau com
gasolina em 2016. A mãe da paciente aprovou o método: “Seria urgente uma
reconstituição de pele na barriga da minha filha. E isso nos causava muito
sofrimento.No começo ficamos apreensivas quanto ao resultado, mas graças a esse
tratamento não foi necessário uma cirurgia de enxerto de pele”.
O tratamento é desenvolvido há dois anos no Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC),
com participação de pesquisadores do Ceará, Pernambuco e Goiás. De acordo com
os pesquisadores, a curativo com base em animais aquáticos é inédito no mundo.
O coordenador
da pesquisa, médico Edmar Maciel, explica que além, da eficiência, a pele da
tilápia reduz os custos do atendimento. "Trata-se de um curativo biológico
temporário com o objetivo de fechar a ferida evitando a contaminação de fora
para dentro, a desidratação e as trocas diárias de curativos, que ocasionam
desconforto e dor aos pacientes e,em consequência reduz os custos do
tratamento". O procedimento é utilizado em queimaduras de 2º grau profundo
e 3°grau.
Ainda de acordo com
os pesquisadores, as primeiras etapas do estudo mostraram que a utilização
clínica do pele da tilápia era propícia, tendo em vista as semelhanças do
material com a pele humana, como grau de umidade, alta qualidade de colágeno e
resistência.
Testes em animais
terrestres também descartaram possíveis riscos de contaminação com a técnica
que, de acordo com os realizadores, tem mais poder de cicatrização que os
métodos convencionais e reduz a sensação de desconforto, dor, perda de líquido
e ocorrência de infecção.
Couro é testado em estudo pré-clínico
De onde vem
Os peixes usados no estudo são
cultivados em um açude em Jaguaribara (CE), a 250 km de Fortaleza
Retirada da pele
De cada peixe é possível extrair 400 cm2 de
pele. O material removido é lavado para a retirada de resquícios de tecidos
musculares
Limpeza
A pele da tilápia é colocada em banho-maria
dentro de uma solução para a descontaminação
Radiação
O couro é armazenado em envelopes
esterilizados. No Instituto de Pesquisas em Energias Nucleares da USP, ele é irradiado
por cobalto 60, que libera ondas eletromagnéticas capazes de exterminar
organismos vivos
Testes
Em testes com 40 camundongos, o
couro da tilápia provocou a cicatrização em tempo igual ao de pomadas
disponíveis e também amenizou as dores, diminuiu a perda de líquido e reduziu o
risco de infecção
Comentário: Um tratamento
inovador, de resposta surpreendente e com um material, que o Brasil como
pioneiro nessa tecnologia, possui em grande abundância, traz um novo sentimento
à aquelas pessoas que passaram por um trauma tão grande que é o trauma de ser
queimado, esse novo método traz consigo a emoção da inovação e calma de um
método que é eficaz e menos doloroso do que o tradicional.
Ah, pessoal! Pra quem tiver
interesse em ver como fica na pele humana deixarei um link aqui em baixo, pois
não quis colocar a imagem direta por respeito as pessoas que podem achar a
imagem forte.
Fonte:
Folha de São
Paulo, Cientistas Brasileiros Testam couro da tilápia contra queimaduras,
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/03/1755831-cientistas-brasileiros-testam-couro-da-tilapia-contra-queimaduras.shtml>. Acesso em: 29 de janeiro de 2017
Globo.com,
Curativo de pele de tilápia é usado em 30 pacientes queimados no Ceará,
Disponível em: <http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/11/curativo-de-pele-de-tilapia-e-usado-em-30-pacientes-queimados-no-ceara.html>.
Acesso em: 29 de janeiro de 2017
Globo.com, Tratamento de queimadura com
pele de peixe é usado em 56 pacientes, Disponível em: <http://g1.globo.com/ceara/noticia/2017/01/tratamento-de-queimadura-com-pele-de-peixe-e-usado-em-56-pacientes.html>
Acesso em: 29 de janeiro de 2017
Responsável pela publicação: Grupo 05 (Monalisa
Oliveira, Ruth Francielle, Samantha Rocha)
Realmente, um procedimento inovador. Mesmo que pessoas vivas possam doar a pele, a falta de informação e o número de peles doadas é inferior ao número de pessoas que sofreram queimaduras e necessitam de um enxerto ou algo do tipo. Uma realidade enfrentada pela doação de órgãos de forma geral, que gera um cenário de morte que poderia ser evitado.
ResponderExcluirO uso do couro do peixe minimiza as consequências da falta de pele no momento imediato, mas me traz outra questão: o tratamento aos animais utilizados. Os peixes são criados em cativeiro apenas para essa necessidade? Que tipo de tratamento eles recebem? Não que isso não seja uma atividade importante, mas o tratamento desumano aos animais deve ser levado em conta no processo, visto que é graças a eles, nesse e em outros casos, que a qualidade de vida humana pôde melhorar.
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ResponderExcluirInteressante e diferente do que existe atualmente! Nunca imaginei um tratamento pra queimadura a base do couro do peixe, baseado no que foi lido, realmente é uma diferença no tratamento de queimaduras mais graves e que pode ajudar a suprir a falta de tecidos para casos mais graves em que é necessário enxerto, no entanto, concordo com o colega Eduardo, como que esse couro é providenciado, se esses peixes são criados em cativeiros? É muito interessante a evolução dos cuidados em relação à vida humana, mas é preciso também preservar a vida dos animais, já que eles fazem parte do meio ambiente e seu equilíbrio.
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ResponderExcluirQue ótima notícia! O tratamento de queimaduras gera muito sofrimento ao paciente, alternativas como essa, segundo os estudos apresentados, podem amenizar bastante as dores dessas pessoas. Essas descobertas inovadoras nos dão esperança do quanto que os tratamentos podem ser desenvolvidos para diminuir o sofrimento dos doentes.
ResponderExcluirJá havia visto algumas matérias sobre o assunto na internet. Desde a primeira vez que vi fiquei muito curiosa e a publicação foi muito esclarecedora.
ResponderExcluirÉ muito legal saber que o Brasil é pioneiro nesse estudo, nossos pesquisadores e profissionais possuem muitas qualidades, as quais muitas vezes ão são tão valorizados como deveriam.
Tenho uma amiga que sofreu queimaduras de 3º grau em um acidente, além de ser um trauma físico, a queimadura também é um trauma psicológico, os queimados passam por diversos traumas, os quais vão desde o acidente, troca de curativos e cicatrizes.
Fico muito feliz que existem profissionais que buscam de forma inovadora diminuir estes traumas.
Espero que surjam cada vez mais pesquisas, mais resultados... que a dor e os traumas sejam cada vez menores.
Muito interessante,em nossa visita ao CIHDOTT fiquei triste em saber que o Brasil tinha uma baixa no banco de doação de pele já que queimadura se constitui uma grande problema de saúde pública.Pesquisas e avanços como esses poderão devolver a esperança, autoestima e a recuperação da saúde emocional e mental das vítimas
ResponderExcluirA auto estima ajuda bastante no processo de recuperação de um trauma como o de uma queimadura, ainda mais tendo em vista que as queimaduras têm um potencial desfigurativo. Portanto, esse tratamento é uma ótima forma de otimizar a recuperação do paciente após a queimadura, tendo em vista a quantidade tão reduzida de doação de pele no Brasil que são necessárias para os enxertos.
ResponderExcluirMuito interessante essa informação, e traz esperança para as vitimas de queimadura. Em nossa visita ao CIHDOTT foi-nos passado como o Brasil ainda é deficiente em bancos de pele, e essas pesquisas trazem uma esperança para quem padece com queimaduras, porque elas não somente trazem dores físicas, mas psíquicas também.
ResponderExcluirDiferente e inovador! Muito interessante o tratamento de queimaduras com o couro do peixe, mais uma alternativa para os pacientes, terem uma boa recuperação e também uma melhora na auto-estima uma vez que as queimaduras causam outros problemas de saúde, como a não aceitação de si e até mesmo pode causar a depressão. Espero que outros estudos venham ser descobertos aqui no Brasil, em prol de uma melhoria na qualidade de vida da sociedade.
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