quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DE SAÚDE MENTAL NO ATO DE CUIDAR

Atualmente, dentro do campo da Saúde Mental, é preconizada a valorização do trabalhador de saúde mental na produção do ato de cuidar, onde se atribui ao enfermeiro características ímpares como: o cuidado, o conhecimento, a atenção minuciosa, a compreensão e o medo. Dessa maneira, o trabalho de enfermagem em saúde mental pode ser considerado desgastante “devido às situações adversas como o sofrimento decorrente do adoecimento, a proximidade da morte de clientes e o desempenho de atividades consideradas repulsivas, desgastantes e atemorizadoras”, parafraseando Bianchini (1999). Nesse sentido, cabe ao profissional enfermeiro cuidar de indivíduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral. Assim, o envolvimento dos enfermeiros que trabalham em atividades específicas de saúde mental acaba sendo muito intenso a ponto dos mesmos não identificarem suas vulnerabilidades e sua saúde mental, ou quando o fazem, deixam-nas de lado e, com isso, tornam-se mais expostos aos efeitos negativos do estresse e de outros agravantes que podem gerar neles problemas de saúde mental (BRITTO, 2006).

                           Murta (2009) ressalta que “cada vez mais, o conhecimento em saúde mental torna-se necessários a todos os profissionais da área da saúde, principalmente para a enfermagem, pois hoje, com todas as mudanças ocorridas no cenário atual das Políticas de Saúde Mental Nacional e Internacional vivencia-se uma realidade diferente de algumas décadas atrás, em que o doente mental, não está único e exclusivamente dentro dos hospitais especializados em psiquiatria, mas sim, ocupam todos os serviços de saúde instituídos na comunidade”.

Dados Importantes:

• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes;
• mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas;
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;
• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado para a Saúde Mental.
Desafios:
• Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial;
• Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social, a violência e desemprego
• Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial promotora da reintegração social e da cidadania;
• Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.

Comentário : As dificuldades enfrentadas por esses profissionais no exercício de sua profissão como já pontuamos em outros temas contribui de forma negativa no agravo a saúde mental, refletindo na má execução de suas tarefas e na incidência dos erros na Enfermagem.

Fonte:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682008000100006

Responsável pela publicação: Grupo 04 (Cassiane Viana, Elis Neiva, Priscilla Teixeira).

13 comentários:

  1. Eu me pergunto o motivo de as enfermeiras deixarem de lado os transtornos mentais que sofrem decorrentes do trabalho. Será que elas deixam de lado por priorizarem mais a vida dos pacientes do que as delas mesmas, ou a necessidade de ter mais de um vínculo empregatício, devido aos baixos salários e necessidades pessoais, as obriga a negligenciarem a própria saúde? É indiscutível o preparo e o conhecimento necessários para lidar com pacientes que sofrem algum tipo de transtorno mental, mas imprescindível, também, é a atenção voltada aos próprios profissionais de saúde, que todo mundo sabe que correm esse tipo de risco.

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  2. Como já foi discutido aqui muitas e muitas vezes, é indiscutível a necessidade da saúde mental dos profissionais de Enfermagem para o seu bom desempenho nos serviços prestados.

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    1. Sim Natália além do que para reafirmar lendo alguns artigos científicos abordando a temática dados da Health Education Authority comprovaram que a Enfermagem ocupa a quarta profissão mais estressante, no setor público. São poucas as pesquisas que procuram investigar os problemas associados ao exercício da profissão do enfermeiro no Brasil. A posição a qual o setor de enfermagem ocupa de acordo com a pesquisa, demonstra a necessidade de se compreender e buscar alternativas que possam reduzir as situações de estresse apresentadas pelos profissionais, principalmente no setor de emergência devido à complexidade de suas atividades, além da presença constante da tensão no qual os enfermeiros vivenciam em seus postos. (Bezerra et al, 2012, p.3).

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  3. Achei muito interessante que foi salientada a necessidade do conhecimento em saúde mental para todos os profissionais de saúde. Considerando que o perfil epidemiológico atual é caracterizado por uma gama cada vez maior de doenças, principalmente DCNT, que demandam mais capacitação e polivalência por parte do profissional de saúde, é realmente fundamental que se tenha conhecimento em relação à saúde mental, não só para tratar os pacientes específicos do atendimento em saúde mental, mas também para possibilitar um melhor apoio e atendimento para pacientes de diversas doenças. Esse conhecimento faz-se mais necessário caso o profissional esteja disposto à lidar com o processo de cuidado de uma forma a promover o bem estar geral do paciente, considerando que os processos subjetivos e relativos à mente são muito importantes nesse processo.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. É interessante salientar que as enfermeiras, como todo ser humano,pode desenvolver problemas mentais e ainda precisam lhe dar com a sobrecarga advinda dos problemas de seus pacientes. É preciso um olhar mais abrangente sobre esse tema, saúde mental, faz-se necessário investigar mais a fundo causas sociais e individuais que atuam como agravantes dos problemas de saúde mental da população. Algo que também gera uma especie de obstáculo para a resolução desses problemas é a falta de preparo do profissional, precisamos abordar mais os problemas de saúde mental durante a formação das enfermeiras e por todo o seu tempo de contribuição, é de grande importância que os profissionais tenham um domínio maior do assunto e dessa forma consigam lhe dar de forma eficiente com essas questões em seu ambiente de trabalho.

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  6. O conhecimento na área de saúde mental é de uma importância gigantesca para as enfermeiras e enfermeiros, já que são eles que lidam diretamente e diariamente com os possíveis casos de doença mental. Não só pelo contato direito com portadores de doenças mentais, mas pela sua carga de trabalho e pelo simples fato de serem humanos, as enfermeiras (os), não deixam de ser vulneráveis a doenças de caráter mental, sendo necessário um acompanhamento, um cuidado diário com essa classe.

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  7. Dados como esses são tristes. A quantidade de pessoas que têm algum tipo de transtorno psicológico cresce de forma preocupante, mas a pior coisa é que não há um movimento, um projeto de promoção e prevenção.

    Vou me retificar: que existe, nao podemos negar. Mas sua efetividade não cresce, só fica estagnada.

    As pessoas com transtornos psicológicos são pessoas que demandam uma atenção diferente das pessoas neurotípicas. O tratamento delas exige um pouco mais de cuidado - não que elas sejam mais frágeis, mas há uma necessidade de se aprender a lidar com elas que ainda não foi implantada, é isso acaba afetando no trabalho do cuidar. Cuidar da saúde física mas fazer descaso com a saúde psicológica só agrava a situação ainda mais.

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  8. A questão é essa, projetos e campanhas existem, mas sua propagação não é tão frequente no nosso dia a dia. A mídia não trata delas e as pessoas que não convivem diretamente com essa questão, não busca o conhecimento e entendimento sobre ela, justamente pela tendência a deixar de lado aqueles que são "frágeis" e "dão muito trabalho". Triste realidade, mas que ainda pode ser transformada.

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  9. Como já discutimos, os transtornos mentais estao muito presentes nos profissionais de enfermagem, seja pelo excesso de trabalho, pela demanda, pelas situações que passam no seu dia dia de trabalho, e é um assunto pouco explorado, mas que é grave e tem uma grande importância.

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  10. Não é novidade que hoje, a doença do século é a depressão. Numa sociedade cada vez mais ocupada, pensar na saúde mental requer tempo, e tempo hoje é cada vez mais raro. Ninguém quer para, as informações não param, o mundo não para. Acredito que a globalização, a velocidade da internet, o mundo cada vez mais conectado, trouxeram muitos benefícios, mas juntos com eles, uma carga muito pesada de problemas de socialização. Ninguém tem tempo mais para encontrar com os amigos, ir passear, olhar para o céu. A mesma internet que nos conecta, nos afasta. E isso traz consigo um malefício enorme para nós ser humanos, sociáveis. Por isso, acredito eu, que a sociedade padece com depressão, ansiedade, entre outros.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Valorizar o trabalho de saúde mental através do cuidado implica no reconhecimento das Enfermeiras. Levando em consideração o modelo de atenção a saúde e as várias estratégias da medicina para para a manutenção da hegemonia é pouco provável que isso deixe ser uma constatação fundamentada.

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