quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Processo de Morte e Morrer

Neste processo o enfermeiro é visto como o profissional que presta cuidados direto ao paciente interage com ele e está em contato diário com o paciente, além de dever transmitir segurança a toda equipe e familiares. Dessa forma a enfermagem deve assistir o paciente holisticamente, abrangendo suas necessidades físicas, emocionais, social e espiritual.
Raquel Santos Lima- Depto. De Enfermagem UEMA
Magnólia de Jesus Souza Magalhães – Profa. Ma. Orientadora – Depto. de Enfermagem- UEMA
De acordo com a pesquisa feita no Hospital Geral Municipal de Caxias , de fevereiro a março de 2013, em que 25 enfermeiros participaram conclui- se que:
O processo de morte e morrer é formado a partir de uma vivência diária do enfermeiro, para este tal processo significa amplamente como algo natural, que faz parte da vida dos seres humanos, e que um dia todos nós passaremos por esta etapa, a qual faz parte da vida.
Com a vivência da morte de um paciente, muitos sentimentos foram percebidos, como impotência, perda e tristeza. Outros profissionais preferem não demonstrar sentimentos e tendem a não se envolver muito, pois precisam de força para apoiar a família do paciente.
A morte de pacientes mais idosos ou com doença terminal é mais aceita, pois faz parte do percurso da vida, mas foi constatado que muitos enfermeiros se sentem despreparados, pois encaram como o inicio de uma vida, tal fato torna muitas vezes mais complicado o enfrentamento dos enfermeiros no processo de morte e morrer.
A pesquisa demonstrou que existe a necessidade precisam estar preparados para receber e cuidar dessas pessoas e de suas famílias, pois precisa compreender as reações e comportamentos apresentados por cada um.

“Morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).”                

                                                         João Cabral de Melo Neto

DIREITOS DO PACIENTE A LUZ DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

(31) O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de Saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento;
(32) O paciente tem direito a morte digna e serena, podendo optar ele próprio ( desde que lúcido), a família ou responsável por local ou acompanhamento, e ainda se quer ou não uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida;
(33) O paciente tem direito a dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito;
(34) O paciente tem direito a não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação;

Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/tce/v23n2/pt_0104-0707-tce-23-02-00400.pdf
Responsável pela publicação: Grupo 04 (Cassiane Viana, Elis Neiva, Priscilla Teixeira).

9 comentários:

  1. A morte não é um processo fácil nem para os profissionais e nem para a família. Existe realmente essa dificuldade de conseguir se sentir preparado para esse tipo de situação... Cada profissional reage de uma forma, como foi dito no texto, entretanto, acredito que todos não se sentem bem devido ao processo de cuidados do paciente e a vontade de ver o paciente bem e saudável, além de amenizar a preocupação da familia em ver o seu ente querido internado.

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  2. O processo de morte e morrer é formado a partir de quando se vive, rs. Para a maioria das pessoas, lidar com a morte de outros indivíduos não é uma tarefa fácil, e é claro que isso envolve os profissionais de saúde. Por mais que se esteja preparado e se mostre forte para a família, o nível de envolvimento com o paciente vai influenciar em algum sentimento negativo no profissional – o que eu vejo como normal. O preparo, ou não, depende, além do convívio e do contato, da sensibilidade da pessoa que lida com as mortes. Acredito que o desconforto com a situação sempre vai existir, mas deve existir, também, o respeito e o apoio à família.

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    1. Bem pontuado Eduardo por mais que se tente estabelecer limites e o significado do respeito e afinidade é muito difícil que o profissional de saúde não se sinta envolvido ou sensível. Além do que no Brasil a exemplo da Enfermagem, muitos desses profissionais ao longo de sua vida acadêmica não possuem essa temática em seu currículo fechando o olhar para a necessidade da discussão e repercutindo negativamente nos cuidados a esses pacientes.

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    2. Cara Cassiane,

      Não vamos começar pela formação e curriculos como responsáveis por tudo que não aprendemos. Afinal, a formação de enfermeiras e enfermeiros é permanente. Agora, claro que em todos os conteúdos curriculares ou outros na formação graduada a abordagem sobre a morte e o modo de morrer é muito importante.
      Recomendo livros de Jean-Yves Leloup: A arte de morrer e Além da luz e da sombra. Sobre o viver, o morrer e o ser.

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  3. A morte nunca é um processo fácil, nem para os familiares, nem para os profissionais. Porém, insere-se também nesse contexto de "processo de morte e morrer" a capacidade de muitas pessoas proporcionarem a vida a partir da morte, por meio da doação de órgãos, assunto que também deve ser discutido com a família do paciente. Claro que no momento correto e da melhor forma possível, de acordo com os procedimentos existentes.

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  4. O processo de morrer dos idosos já é esperado,no entanto muitos sofrem de abandono,falta de afeto por medo do apego aquele que está mais próximo da morte,dentre outras, por parte da família ou agentes de saúde

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  5. Encarar a morte não é fácil, mas é algo corriqueiro na profissão e deve ser tratada com imparcialidade, não deve-se 'vilanizar' a morte e nem romantizar ao mesmo tempo.

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  6. Acho que esse assunto tem também um pouco haver com o que a professora falou de amar o paciente, não temos que amar ele, e sim respeitar, cuidar, ter uma relação boa, e isso ajuda um pouco nessa questão do processo de morte do paciente. Mas é muito difícil o profissional de saúde não se envolver, pois acaba criando uma convivência. Mas isso deve ser trabalho nesse profissional para que não afete tanto a sua vida.

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  7. Acredito que o profissional de Enfermagem tem que prestar todo o apoio físico e emocional para o paciente e para sua família, mas a questão que fica para mim é: será que todos as enfermeiras estão preparadas psicologicamente para passar por esse processo? A morte não é algo fácil de ser vivenciada, os profissionais de Enfermagem estão o tempo inteiro convivendo com essa realidade. Mas não vejo, em graduações, incluindo a nossa, disciplinas que ensinem o graduando a enfrentar essa etapa e não se abalar. Prova desse despreparo emocional, são os dados, que mostram que os profissionais de saúde são mais susceptíveis a depressão e ao suicídio.

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